
12 maio É possível aplicar uma série dodecafônica em uma obra diatônica?
É possível aplicar uma série dodecafônica em uma obra diatônica?
Sim, e recentemente lancei minha primeira obra com esse conceito que chamo de misto, mas que na realidade utiliza o dodecafonismo como tensionamento, em um passo que a música diatônica é composta de tensão e resolução, a resolução segue diatônica e inalterada, e a tensão é ampliada com o tensionamento típico do dodecafonismo.
A peça Brazilian Suite n1 para piano e viola, saiu em todo o streaming, e lá está justamente realizando essa mistura.
O dodecafonismo, serialismo com as doze alturas e seus regramentos peculiares de se evitar padrões diatônicos, de se evitar, movimentos típicos da música tonal, tornaram o sistema bastante pragmático e pouco consistente. A mistura é uma forma de aderir aos valores que equilibram a questão, como melodias perceptíveis e líricas, e sonoridade contemporânea.
Como método costumo partir de notas que são ou estão em posição diatônica, e oferecer no contratempo as notas da série que são mais exóticas a tonalidade. Vale o esforço em organizar, dimensionando o valor da obra. Já que até mesmo em composição letra e música como arranjador eu já apliquei o conceito de mistura entre serialismo dodecafônico e diatonismo, nos discos ORI de Douglas Germano e Tributo a Marc Chagall de Zé de Riba.