Uma breve história do Violão Brasileiro

Uma breve história do Violão Brasileiro

O violão brasileiro é sem dúvidas um patrimônio internacional. Vamos conhecer a breve história do violão no Brasil? Quem são nossos artistas? Nossos ícones? Nosso patrimônio imaterial?

Primeiramente pelo senso transformador, a linguagem do violão brasileiro é algo realmente diferenciado, repleto em linhas tênues que compõe uma cena artística completa. Da canção, solo, popular, improvisado, o violão está em toda parte.

Não qualquer violão, o violão brasileiro apresenta um elemento que precisa ser cada vez mais estudado. Anualmente instituições internacionais fundam cursos de aprimoramento e formação sobre o violão brasileiro, procurando instrumentistas renomados para gerir programas que atendam seus estudantes.

A história do violão brasileiro importa internacionalmente. Você sabia disso? Embora não tenhamos tido em nosso país um dia de luto declarado pela morte de João Gilberto por conta desse governo que nada valoriza a cultura, a consternação pela morte do artista foi internacional.

Tudo se relaciona a bossa-nova poderíamos imaginar? Não. Ocorre que a formação do violão brasileiro antecede e muito ao patrimônio cultural que os bossa-novistas pós-João Gilberto consolidaram. E nomes como João Bosco e Djavan ainda renovaram.

Primeira Geração Fonográfica

Regressando ao tempo, o que falar sobre Américo Jacobino “Canhoto” (1889 – 1928)? Conhece a obra do artista?

Ou de Quincas Laranjeiras (1873 – 1935)? Ou do imortal Dilermando Reis (1916 – 1977)?

Apenas citando três pilares do violão brasileiro que inundaram a composição para violão, com formas e gêneros tão específicos. São valsas, choros, polkas…

E muito se deve aos nomes de Anibal Sardinha – o Garoto (1915 – 1955).

Segunda Geração

Baden Powell (1937 – 2000) – e seu violão mítico, ritmado, e repleto de expressividades. Um dos maiores artistas tecnicamente, mas que compôs obras como Samba da benção de tamanha sensibilidade e simplicidade.

Ou de Luís Bonfá. Laurindo de Almeida. Rosinha de Valença. Ou tantos outros que se comunicam pela linguagem do violão brasileiro.

Terceira Geração

E Egberto Gismonti? Em suas dez cordas e melodias de criatividade estonteante formam uma renovação estética do nosso violão. Agradecendo a André Midami, produtor musical, por ter reconhecido tal projeção artística, e produzido a obra inicial desse fenômeno brasileiro do piano e violão.

Temos aqui no Brasil o virtuosismo repleto de Raphael Rabello, que perdemos tão precocemente, fruto de uma tregédia, mas que filiou entre contemporâneos e sucessos uma geração sequencial da história do violão que recebeu Sebastião Tapajós, Lula Galvão e Romero Lubamo. Ulisses Rocha. Para depois receber o prodigioso Alessandro Penezzi, e o virtuoso Yamandú Costa.

Isso para que nos concentremos apenas no violão brasileiro – canções, repertório de choros e peças e no violão improvisado – jazz.

João Marcondes

E para a música erudita…

Para a música erudita possuímos instrumentistas fenomenais, embora seja assunto para outra publicação, vamos para algumas sugestões.

O que falar de Fábio Zanon? Do grupo Quaternaglia? Do duo Abreu? De Maria Lívia São Marcos? Turíbio Santos? Paulo Bellinati?

E dos educadores Henrique Pinto, Isaías Sávio – emprestado ao Brasil, ou do tão esquecido Manuel São Marcos?

Vale conhecer os compositores tanto quanto os instrumentistas brasileiros em uma breve história do violão!

Viva Heitor Villa-Lobos! Guerra-Peixe!

Viva o Brasil! Uma nação transformadora!

Aqui poderíamos até discutir se é ou não música brasileira, ou se a influência da música erudita suavizou os quereres todos por questões de linguagem e conversão do modernismo brasileiro de Mário e Oswald de Andrade.

Villa-Lobos conversou com o choro, e não apenas ele, todos que puderam entre músicos de tradição escrita, os eruditos, romperam transversais aproximando-se do fazer musical mais urbano e popular.

O Brasil é uma matriz cultural ambulante. Pense nisso! Espero ter direcionado sua escuta.

#VemProSouzaLima

Infográfico com design de Jean Forrer sobre pesquisa e conteúdo de João Marcondes, extraído da dissertação de mestrado do autor “Fonograma: Transformações histórico-culturais e tendências tecnológicas no mercado da Música popular brasileira”.