01 jun Uma breve história do Bandolim
O bandolim é um instrumento de origem italiana provinda do alaúde. Com fundo arredondado e de cordas pinçadas perante a organologia – ciência que estuda os instrumentos musicais.
Adquiriu novo formato em Portugal, com fundo chato, mantendo caixa de ressonância de madeira em forma de gota, tampo com boca, braço com trastes seguido de mão com tarraxas onde são presas oito cordas dispostas ao longo do instrumento, até o cavalete – que é móvel. Assim é o bandolim!
Sua afinação é concebida em cordas duplas de aço, temperada. Apresenta tessitura aproximada de três oitavas e é tocado com palheta. Está presente na cultura brasileira no choro, na seresta e no samba. Sua comunicação se dá predominantemente por nota pautada e cifra.
Notas
Utiliza Clave de sol para registrar suas alturas, e cordas afinadas do grave ao agudo, em sol, ré, lá (440hz) e mi.
Chegou ao Brasil no século XIX. Mas apenas no século XX estabeleceu linguagem. Era antes um instrumento de apoio ao estudo do violinista, já que utilizam a mesma afinação. Com Jacob do Bandolim o instrumento adquiriu vida e linguagem própria.
Está estabelecido como solista do agrupamento brasileiro conhecido como Regional – dois violões, um de 7 cordas, pandeiro e cavaquinho. O bandolim é solista alternando com clarinete, flauta e até mesmo o próprio cavaquinho.
Pela tensão de suas cordas habitualmente é palhetado para baixo. É um instrumento fundamental da virtuosidade.
Bibliografia
Há uma pequena bibliografia para aprendizado do instrumento. Basicamente o bandolinista utiliza a oralidade para aprendizagem, ouvindo as referências do estilo predominante do Brasil (choro) e sobre o ícone máximo: Jacob do Bandolim.
O Bandolim é similar ao Mandorlin embora em linguagem e aspecto de execução difiram muito.
Jacob do Bandolim está para o bandolim quanto Waldir de Azevedo está para o cavaquinho, ou Baden Powell, Dilermando Reis e Raphael Rabello estão para o violão brasileiro.
Aprecie esse instrumento! É realmente um instrumento magnífico e representa profundamente o fazer musical brasileiro!
Em contraposição o Violão tenor é um instrumento de cordas pinçadas, cordofone pinçado, com quatro cordas, de tamanho intermediário entre o violão e o cavaquinho.
O volão tenor, nome que recebeu no Brasil na década de 1940, utiliza uma afinação que o aproxima de certo modo ao bandolim.
Da introdução no Brasil dá-se pelo paulistano Anibal Sardinha (1915 – 1955), compositor e violonista, conhecido como Garoto. Diz-se que em uma excursão com a intérprete luso-brasileira Carmen Miranda, para os Estados Unidos, Garoto se interessou por um Ukulele tenor, então trouxe ao Brasil adaptando-o para uma nova afinação.
O violão tenor possui cordas individuais, em detrimento ao bandolim e a viola brasileira que possui cordas duplas.
O violão tenor possui afinação em quintas justas como o bandolim, o violino, a viola erudita e o violoncelo.
As notas a propósito do violão tenor estão em comum ao violoncelo (oitava acima) e a viola erudita (em mesma oitava), do grave para o agudo: dó, sol, ré e lá (440 hertz).
É um instrumento utilizado na música brasileira do choro e do samba. Realiza contrapontos melódicos. Realiza acompanhamento. E também pode atuar como solista de um agrupamento regional.
É possível ouvir o violonista Garoto atuando como tenorista (quem toca Violão tenor) em agrupamentos diversificados da música brasileira. Herança essa que rendeu a outros instrumentistas brasileiros como Zé Meneses, Pedro Amorim e Alessandro Penezzi a dedicação ao instrumento.
É um instrumento pouco difundido, nada que se compare ao cavaquinho, ao bandolim e ao violão (mais do que todos), porém possui potencial musical para desenvolvimento técnico e composicional.
Não há bibliografia que trate exclusivamente do instrumento, e o aprendizado também se dá normalmente pela oralidade e fonogramas.
Pauta-se em clave de sol sem transposição.
Aprecie um pouco mais da música brasileira! O violão tenor é realmente algo encantador e repleto de possibilidades!
Encontre as referências dos instrumentos nesse infográfico, com conteúdo e texto assinados por mim, João Marcondes, e design de Jean Forrer.
Esse artigo foi publicado em 2018, ampliado e revisado em primeiro de junho de 2022.
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