11 jun Uma breve história das vozes femininas no Brasil
Na fase mais triste do canto Brasileiro, e que já dura mais de vinte anos ao menos no centro do mercado fonográfico e adjacentes do meio audiovisual, o Brasil ensurdeceu.
Mesmo produzindo vozes únicas escondidas entre as gravações independentes, o som que ecoa nas rádios e programas televisivos é de voz rala e pobre. Ou aquela do mirabolismo típico de outras tradições, ou aquela ruim mesmo.
O Brasil é de fato um país da composição de letra e música. Mas por que dezenas de jovens cantoras brasileiras se entregam aos feitios dissociados do canto brasileiro como tradição? Existe no Brasil uma forma equacionada, repleta, que valoriza a individualidade em prol do coletivo. E a voz brasileira sempre teve seus pequenos marcos estilísticos, tão nobres e que tantos diferencia.
Cada voz respeitando um timbre de voz limpa e transitando hoje para um antagônico modelo de bell canto distorcido entre tradições que não são nossas.
Sempre me entristeceu que as pessoas reconhecessem a figura ÍMPAR de Aracy de Almeida, como “aquela jurada do Sílvio Santos”! Não! Não! Não! Aracy é uma das figuras mais importantes da voz feminina no Brasil. Foi par de Mário Reis e Francisco Alves! Foi a maior referência de Elizeth Cardoso! E citada como fundamental por todas vozes que vieram a seguir!
O Brasil é o país do esquecimento? Sim, é. Infelizmente.
Essa série de infográficos tem por objetivo nomear os instrumentistas, cantores, e cantoras, que compuseram o fazer musical brasileiro. Uma história que no mercado fonográfico ultrapassa 100 anos.
Cada voz representa a unicidade e a coerência da música brasileira.
Cada voz representa as mudanças que a música propiciou.
Cada voz representa o ecoar de compositores. Sem Elis Regina, o que seria de João Bosco e Aldir Blanc? De Renato Teixeira? Sem Nara Leão, o que seria de Chico Buarque, Sydney Miller, Cartola e Zé Kéti?
Sem Aracy de Almeida, o que seria de Noel Rosa?
Vamos conhecer um pouco dessas vozes tão fundamentais da história da música brasileira nesse infográfico com pesquisa e texto por mim assinados, João Marcondes, para design do amigo Jean Forrer.