Tema de abertura de Game of Thrones?

Tema de abertura de Game of Thrones?

A trilha de abertura de Game of Thrones é um excelente exemplo para propor fundamentos da composição musical. No desenvolvimento melódico e do bom uso das técnicas da instrumentação e organologia que propõe elementos resolutivos ilustrando a imagem.

A introdução imediatamente apresenta o ostinato. Nos primeiros oito segundos propõe-se algo que se repetirá continuamente, com variações, ao longo de toda abertura de Game of Thrones.

O primeiro tema pautado em uma corda grave protagonista, provavelmente procuraria remeter um período histórico. Mas ilustra a cidade central, mais antiga, e com um reinado corrompido.

Tecnicamente a ideia das cordas compostas com violino tocando de forma brilhante, da metade da terceira oitava para cima, ofereceria a menção imediata para algo novo. Na história da música a aplicação desse conceito organológico está para duzentos anos atrás.

O criador dos livros cuja a série interpreta propõe, que se o tempo fantasioso fosse como o nosso tempo alinhado ao nascimento de Jesus Cristo, estaria na esfera entre mil d.C e trezentos a.C.

Claro que se respeita a licença poética que todo artista possui. E apenas se privilegia aqui uma interpretação.

Repare que quando chegamos a Winterfell, a trilha curiosamente chega as cordas agudas, o que remeteria a algo mais novo, à uma essência resolutiva, um tempo de luz. A casa onde está a resolução justamente é a casa de um dos protagonistas (John Snow!, é minha aposta para o esperado desfecho da série! Nada de Daenerys Targaryen).

Na reapresentação do tema assume-se outra curiosidade para a fantasia, no uso das cordas de maneira completa. Melodia no agudo, contraposta pelo ostinato que parte da introdução, prevendo o segundo tema, que inicia em um minuto e cinco.

Repare que justamente quando se mostra o conflito com os símbolos da casa com as cordas brilhando no agudo chegamos a possível resolução provinda de Winterfell.

Curiosamente ao iniciar o segundo tema a imagem de abertura chega a muralha. Onde sabemos (perdão ao spoiller), um novo conflito virá na chegada dos mortos. E ainda conduz no segundo tema ao “além mar” de onde estava Daenerys, a outra questão conflituosa apresentada na série. Quem herda o trono afinal?

E você se pergunta: A abertura então de certo modo apresenta toda a história proveniente das oito temporadas (sete e uma que ainda está por vir)?

Sim, sintetiza. E que modo inteligente de comunicar algo. Realmente uma trilha sonora perfeita de Ramin Djawadi, germano-iraniano, formado na Berklee College of Music.

Detalhe na percussão

A percussão ocorrida desde a introdução de Game of Thrones está para a música romântica em algo que procura as expressividades marcantes, tipicamente humanas.

Uma ideia combinatória perfeita entre o retratar determinado período histórico no uso de uma melodia caminhando em graus conjuntos, e ao procurar a essência da música pós-Beethoven com os elementos expressivos que engrandecem a comunicação.

A percussão é um elemento que salta aos ouvidos imediatamente, em um momento que contrapõe para a seguir oferecer vigor em um uníssono rítmico pontual interessantíssimo.

As casas da Série vão se abrindo. Cada nação vizinha. Cada reino, como preferiria o autor.

Façam suas apostas!

Preferir enxergar na abertura a síntese pode até ser uma forma simplista. Mas como é interessante imaginar a cabeça do compositor, lendo um brifieng, e construindo com toda imaginação e conhecimento musical adquirido algo que beire o inconsciente coletivo, seja atraente e contemple a história.

A parte triste disso tudo é que a série só retorna ano que vem!

Enquanto isso vamos construir algumas análises pontuais e livres sobre outras séries, e quem sabe revisitamos GOT até lá.

Assistir os episódios novamente para falar da trilha seria realmente um prazer!

Vamos em frente com mais um aprendizado fundamental!