25 maio Quando o jazz invadiu as faculdades de música?
Quando o jazz invadiu as faculdades de música?
É assustador que em um país como o Brasil ainda engatinhe quanto a educação musical – lógico que trata-se de um projeto de poder cientes dos benefícios da música.
Um país tão rico musicalmente ainda convive com a unicidade de discurso nos impeditivos e ranhuras que promove as faculdades de música popular – e isso reflete na sociedade.
O jazz invadiu as faculdades de música no Brasil por ter sido o primeiro gênero musical e por tanto, ou para tanto, estilo, a ser estudado em música popular. Estudar jazz começa na década de 1950 nos Estados Unidos.
Como se tratava de uma única universidade que abriu os olhos para o que se fazia na indústria fonográfica, o jazz naquele tempo conservava certo protagonismo, a soma é importante para justificar a presença do jazz na universidade.
E poderíamos até falar sobre o princípio de uma baixa do jazz na indústria fonográfica na década de 1950.
Como começou o problema no Brasil?
Justamente músicos do mundo vislumbrados com a chance de estudar música popular foram a esse lugar –a Berklee – e transmitiram ao voltar aos seus países o que lá aprenderam. Algo natural.
Antecipadamente adianto que não sou contra o ensino do jazz, o que sou contra é que o jazz seja exclusivo, e das mentiras que se propaga nas afirmações que condicionam o jazz como o mais alto estágio da música e que isso te leva a tocar tudo. Uma mentira.
Todos os estilos e gêneros musicais possuem níveis. Há um nível muito simples de tocar violão em um samba, e há a maneira João Bosco ou Dino Sete Cordas.
Na década de 1960 e 1970 muitos estudantes brasileiros foram a Berklee, e começaram a lecionar por aqui. A vontade do oprimido é se tornar opressor, pensando como Paulo Freire, caso a educação deixe de ser libertadora. Eis aí a questão.
Repetimos no Brasil os padrões que aprenderam por lá totalmente alheios a realidade de quem somos, o brasileiro como músico tardio – por dezenas de motivos que elenquei em outros textos.
Veja a solução!
Adianto que é algo que tem que acabar. E sem que sejamos radicais para que outro gênero se estabeleça como objeto de estudo.
Um programa bacharelado em instrumento popular deve capacitar o estudante para todas as ações de instrumentista – para gêneros e estilos, para que as oportunidades profissionais que lhe surjam, se veja pronto.
E lembre-se de outro artigo: Quem toca jazz, toca jazz.
#VemProSouzaLima