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Qualquer um pode ser crítico de arte musical? Ou em música?

Qualquer um pode ser crítico de arte musical? Ou em música?

Qualquer um pode ser crítico de arte musical?

Então, né? Qualquer um pode ser crítico de arte musical. Infelizmente os quadros se renovam muito lentamente, e quando se renovam trazem aberrações para um ambiente que deveria ser arejado e inteligente.

Impossível criticar algo sem um conhecimento profundo na área de atuação. Como discutir música popular brasileira sem um conhecimento discográfico, estético e estilístico?

Pois é.

Basta ler críticas de jornal, blog e revista e encontramos jornalistas incapazes de definir o que é estilo, gênero ou ritmo. Algo bizarro. Verdadeiramente participar de uma ação que pode prejudicar uma obra por uma análise ruim é corriqueiro.

Por falta de espaço ou coerência musicólogos historiadores se consideram aptos a escrever sobre o que quiser por necessidade de aparecer ou falta de remuneração.

Ocorre que o pior dos trabalhos artísticos tem mais valor que um livro dessa gente criticando qualquer porcaria. A arte deve ser avaliada com certeza, mas de modo a consolidar o artista. Críticas são de algum modo trapiches que rompem a oxidação do pensamento, e ativam ao leitor os caminhos que pretende um trabalho.

Qualquer um pode ser crítico de arte musical? Sim!

Em disco recente que produzi a colunista que não sabe nada de música brasileira urbana popular, e que nunca abriu um livro de poesia, traçou limitações que sua visão parca enxergou em uma obra que ela é incapaz de compreender.

Não soube perceber que a primeira música é uma referência a uma obra do Caetano Veloso, cuja a letra do compositor, a interpretação, o arranjo e a produção estão conversando com esse disco. Afirmando que mesmo pretendendo ser diferente, estamos alinhados a um mundo, e que a pretensão de ser diferente não passa de mera inocência. Uma fábula.

A colunista entendeu como algo infantil. Quem desconhece o fio da meada é melhor que fuja do novelo. Esse é o ponto. As outras citações e conversas o ouvido mouco da colunista não é capaz de entender sequer desenhando.

E qual o problema disso?

Artistas tem sentimentos, é claro. Mas não se trata de sentimento nesse caso em especial, a referência é combater jornais que colocam qualquer zé mané para escrever sobre arte. Qualquer boçal que tenha um doutorado e um fio de inteligência ou esperteza é posto a provar a arte dos outros.

E chegamos naquele problema: Um musicólogo de formação erudita falando de música popular, é o mesmo que um vegano avaliando uma churrascaria. Culpa do editor é claro.

Essa colunista ainda em situação declarou ter realizado nessa instituição uma Extensão Universitária, informação presente em seu currículo lattes no portal cnpq. Uma extensão que nunca existiu. Aí fica pior.

Uma fraude que provavelmente alicerçou o trabalho profissional da colunista por toda sua carreira acadêmica e profissional.

Viva a bizarrice da mídia brasileira que combate as vistas dos outros o que cultiva dentro de casa.

#VemProSouzaLima

Se você quiser mesmo ser crítico de arte ainda mais sobre música popular, comece pelos livros, siga para os artigos, e mergulhe nos fonogramas, são centenas de milhares. Visite o MIS – Museu da Imagem do Som. E converse com músicos, com pessoas que conhecem música, com colecionadores.

Eu já tive oito mil vinis, agora tenho cerca de setecentos. Mas a coleção que estabeleci foi toda digitalizada e somada com de um segundo colecionador, que foi para quem destinei minha coleção. Pesquisar, pesquisar, ouvir mais do que falar.

E estudar mais quando perceber que o assunto foge do controle. E se negar a escrever sobre o que não sabe, ou sabe pouco, para que não prejudique outro artista, ou influa mal para ouvintes bem intencionados. Coisa de boa fé.