Qual instrumento musical é o mais difícil de tocar?

Qual instrumento musical é o mais difícil de tocar?

Designar um instrumento musical mais difícil de tocar é tarefa quase impossível.

A dificuldade na prática instrumental para com a fisiologia que possuímos influi diretamente no que consideramos fácil ou difícil, assim como o gosto e a verdadeira inclinação para aprender um instrumento musical.

Nosso corpo se adapta aos instrumentos de forma contrastante – e mesmo que um instrumento tenha sido produzido precisamente adaptado a fisiologia humana, como de praxe aos que são anteriores do século XX -, alguma limitação que possuímos individualmente pode nos afastar de uma prática sadia onde se obtém pleno desenvolvimento.

Precisamos de orientação, e assim uma boa ou má orientação traz um percurso que pode se tornar mais fácil ou mais difícil.

Qualquer afirmação de um instrumento musical mais difícil de tocar é então pessoal?

Sim. É impossível elencar dificuldades diferentes em um mesmo parâmetro – não há patamar comparativo, justamente.

E se uma dificuldade é apenas uma barreira, o aprendizado dos instrumentos possui dificuldades distintas. E ainda o que é difícil para um estudante pode ser muito tranquilo para um outro, dependendo dos fatores já mencionados, mas que também incluem a referência estética.

Referência estética, ou experiência estética, está em quanto o estudante de música ou de um instrumento foi exposto a fonogramas ou apresentações (concertos e shows) que incluem seu objeto de interessa, ou seja, seu instrumento. 

A referência estética é parte primordial do aprendizado de um instrumento.

Os educadores musicais convergem que a prática de um instrumento não embasada em referência estética é vazia. E as dificuldades ocorridas na ausência da referência estética, por si, são potencializadas.

Um exemplo?

Como aprender um instrumento que nunca vimos? Ou ouvimos?

Imagine comprar um instrumento em um país de cultura diferente, um instrumento que você se interessou, levou para casa, mas não se preocupou em conhecer ou da mesma maneira ver ou ouvir alguém tocar, ou ter partituras.

Mesmo para um músico formado, a reação ao manipular um instrumento desconhecido é de tocar coisas que fazem parte de sua referência estética. Constitui falha e o instrumento jamais nas mãos desse comporá música.

O professor é a primeira referência? Então não. O professor trará o caminho técnico, fisiológico, o primeiro percurso do aprendiz está na consolidação da referência estética.

Fato que o professor pode ser a primeira referência estética e fisiológica, que culminará em musicalidade e posicionamento.

Mas a seguir o aprendizado dependerá de um bom método. Assim como o aprendizado dependerá do tempo empregado em  dedicação. E ainda mais o aprendizado depende de um instrumento que atenda os anseios de cada estágio.

E ainda é possível tocar cada um dos instrumentos musicais existentes no mundo nos mais diferentes níveis.

Todo instrumento musical possui um nível muitíssimo alto de execução, tal qual outro muitíssimo baixo. São contrapontos.

Se o violino, por não ser um instrumento temperado, possui a dificuldade da afinação, o piano apresenta a questão da leitura e execução de duas vozes independentes – duas mãos, e o acordeom o controle do fole, ou o violão a sincronia entre ambas mãos. As dificuldades são diferentes.

Mas qual instrumento musical é o mais difícil de tocar?

O instrumento mais difícil de tocar é aquele que não gostamos. Aquele que nos fazem aprender obrigados.

Opinião:

A educação musical está fora da linha de obrigatoriedade do ensino regular. Não estudamos música na escola, no ensino fundamental e médio. Mas podemos ter uma iniciação musical ao ouvir. Incentive sua audição, ou do seu filho. Mostre a ele, ou mostre a si, diferentes formas de música. Gêneros. Estilos. Instrumentos.

Verifique que no texto enfatizei a questão da referência estética, esse processo é determinante para o estudante de música. Ou para quem pretende extrair da experiência musical o melhor para sua vida.

#VemProSouzaLima

Texto publicado em 16 de maio de 2018, e atualizado em 27 de setembro de 2018, e novamente ampliado em 20 de junho de 2022.