Qual impacto do CD no mercado fonográfico?

Qual impacto do CD no mercado fonográfico?

Um objeto não muito charmoso? Sim, fato! O compact disc surgiu como a opção digital que ofereceria melhor resolução, melhor relação sinal-ruído e otimizaria o processo de audição. Mas o que é CD como objeto artístico?

Os amantes do LP dirão que não. O CD para alguns sequer chega a ser um objeto artístico.

Mas é inegável que a utilização do compact disc alavancou o comércio da Música, otimizou o contato e portabilidade. Tornou o disco compacto e digital algo muito popular. E ao mesmo passo viu seu fim com a chegada dos arquivos digitais compartilháveis.

A praticidade dos CD’s refletiu inclusive no mercado da Música independente. Computadores que copiavam discos amadoristicamente levaram grupos aos milhões de venda, como Os Racionais e o grupo Calypso.

Ao mercado fonográfico central os programas de computador quebravam o guardião de cópia, as gravadoras propuseram e desistiram desse recurso.

O compact disc na verdade nunca teve o mesmo charme que o LP e a fita cassete, essa também com mil histórias. O máximo ao cotidiano que o CD fez foi para enfeitar os aros das bicicletas divertindo com a coloração refletida.

As fitas cassete até pra rabiola de pipa serviam.

De onde veio?

Provindo do laser disc, um disco na proporção do vinil, o cd lançado no final da década de 1980 popularizou-se no Brasil na metade da década seguinte. E com ele o disc-man, que proporia substituir o walkman e a fita cassete.

Fizemos coletâneas sim é verdade, mas não com o mesmo glamour e ousadia que fazíamos com as fitas cassete.

A internet chegara e já pipocavam os primeiros áudios digitais na década de 2000, o prenúncio estava feito, a morte anunciada.

O MP3 veio realmente para implodir o mercado fonográfico. E o cd foi seu primeiro portador nas versões virgens – de arquivo reunido praticamente ilimitado.

Apenas ouvidos exigentes questionavam a conquista fonográfica. Imagina, reunir centenas de álbuns em um único CD?

Antes os carros conservavam aquelas disqueteiras terríveis, que acumulavam entre 4 e 12 compact disc. Quem nunca perdeu um CD original nesses trecos?

Quanto a arte o CD matou o charme do lado A e lado B do LP, a escolha da gravadora, os sucessos e o que o artista procurava representar.

Na lembrança do CD estão os intermináveis relançamentos, obras completas dos artistas referenciais.

Mas mesmo fugido de proporção agradável, áurea, com aquela caixa plástica quebrável no primeiro toque, o cd teve lá seu momento de glória.

Auspicioso, contribuiu com a sustentação de artistas começando. Quem não gostaria de ter um cd produzido na zona franca de Manaus no início do anos 2000?

Os independentes gostavam desse charme.

Para tanto: será que o cd retorna de forma diferenciada como o LP ou seu fim inglório chegou chegando? E será ítem desses descartáveis?

Acredito que não. É o fim dessa mídia, e o fim de alguns bons anos fonográficos.

O Streaming veio de fato arrebatando todos os ouvintes, que podem organizar de maneira muito orgânica sua playlist. E fazer e refazer, e compartilhar sem estar junto, encaminhar, organizar aulas.

Nada mais pode voltar atrás por charme, o LP sim, ainda mais em modelo álbum conserva suas reunião de fotos, seus dados catalográficos, sua ficha técnica, suas letras. O CD o encarte era de letras miúdas e nada atrativa.

Como foi seu primeiro contato com cd?

Eu lembro do meu, um cd do Nirvana, Nevermind. E um do Chico Buarque.

Meu último, talvez alguma coleção completa, creio que a de Tom Jobim.

Eu ainda conservo alguns dos meus LPs, 800 talvez. Cds foram ficando pelo caminho, ou arranhados, ou perdidos, ou emprestados. Sem nenhuma vocação de devolver.

Eu que possuo uma gravadora independente, também perdi com mais que dois mil discos lacrados, pequenas doses que sobraram de tiragens que sempre foram únicas. Conheça BAC DISCOS.

Vamos pensar a próxima etapa? Quem sabe estudando produção musical?

 

#VemProSouzaLima

Publicado em 9 de abril de 2018, ampliado e revisado em 13 de agosto de 2020.