10 maio Qual a primeira questão a se pensar ao compor um arranjo musical?
Qual a primeira questão a se pensar ao compor um arranjo musical?
Textura, esta é a resposta.
A música, uma composição original, é matriz para o arranjo, oferecendo nela múltiplos elementos – ideias melódicas, expressividade, caráter, elementos rítmicos, harmônicos, para a interpretação do arranjador.
O primeiro passo para constituir um arranjo está na análise desses elementos.
Realizada a análise, o arranjador observa como induzir a percepção musical a um equilíbrio. O que proponho é perguntar o que falta na música. O arranjador é um colaborador, que eleva a música a um parâmetro de compreensão e de compensação.
Se você não quer contribuição para sua obra, faça tudo. A figura do arranjador é autônoma, cabe a ele uma recriação. O arranjador tem autoria e esse ponto é indelével.
O arranjador que descarta autoria e se submete apenas ao que o compositor deseja dilui sua função a um mero adaptador.
Recentemente fiz um arranjo para uma marcha-rancho de um compositor. A música era linear. Não havia ponto alto, e nem mesmo expressividade suficiente para conectar o ouvinte em sua escuta. Aí justamente deve estar a contribuição do arranjador.
É incluir valores perdidos na criação primária para a constituição de um ambiente que vai receber a obra musical. O arranjo é para que? Aí está então o segundo passo do pensamento do arranjador. Com o ambiente descrito e ciente do que a música possui e lhe falta, basta criar.
E vem então a questão da estrutura, que chamamos de mapa fonográfico com espécies de introdução, apresentação do tema, solo ou interlúdio, reapresentação e finalização.
Vamos lá!
#VemProSouzaLima