20 jul Qual a importância de experimentar para a carreira do músico?
Experienciar agrupamentos na sua prática instrumental fortalece as relações primordiais do desenvolvimento do futuro músico profissional. Tanto para o arranjador quanto para o instrumentista.
Ao arranjador!
Se um arranjador, conhecedor da organologia, compõe o desafio de combinar estruturas e instrumentos já na fase de estudos, salta a frente de músicos que desconhecem a instrumentação livre para a prática do arranjo, por terem estudado com um agrupamento quase que inócuo na produção fonográfica brasileira, que representa 1% do trabalho de arranjo, que é a instrumentação da Big-Band.
Combinar instrumentações é uma expertise desafiadora e enriquecedora que precisamos experimentar.
No mercado de trabalho raramente encontramos agrupamentos ideais, tradicionais para realizar uma paisagem sonora, um fonograma ou uma trilha. Precisamos trabalhar com o que tem quanto a instrumento e com o que tem quanto a investimento.
Fato que ocorre principalmente por questões relacionadas ao orçamento diminuto, não temos uma orquestra a disposição para todos os momentos e nem sempre temos um cachê para montar um agrupamento ideal, consolidado, como um quarteto de cordas, por exemplo. O que fazer então?
Ao consolidar a aptidão em organologia ainda nos estudos, compor instrumentações em um arranjo, em vistas de um pequeno orçamento futuro, extraímos elementos que se aproximam da estética objetivada em um briefing profissional.
Uma orquestra é uma orquestra. Não há meios de imita-la com outra instrumentação. Mas é possível ter um resultado satisfatório com a combinação de alguns elementos, consolidando um objetivo que a primeira vista pareceria inacessível. Ter instrumentos que cumpram funções na percepção das camadas de um arranjo ou composição – vide essa experiência.
Experimente escrever arranjos de uma mesma melodia para agrupamentos diferentes. Leve em consideração o campo das frequências da audição humana – entre 20hz e 20khz, cujo os agrupamentos empiricamente circulam.
Ao instrumentista, qual a importância de experienciar?
Os instrumentos possuem variações de execução. Um baterista toca de forma específica em um trio, em uma big-band, em um duo…
O mesmo ocorre ao violonista em sua prática, ao guitarrista, ou ao pianista.
Acompanhar uma voz é diferente de acompanhar uma banda com vinte integrantes e outro instrumento harmônico, e que será diferente de uma execução em duo.
Experienciar também é uma oportunidade para a música escrita – erudita.
Um violinista se comporta especificamente seguindo as orientações da partitura, de diferentes maestros, de um spalla, ou quando executa obras em um quarteto de cordas, em um duo com piano, solo. Ou em um pequeno grupo de Câmara que componha instrumentos inóspitos, ou até da música eletroacústica. Visto, experienciar nos estudos é uma oportunidade que o difere profissionalmente!
A dica é estabelecer uma vivência, enquanto formação, na procura por sonoridades infinitas na ânsia artística do fazer musical. Fato que contribuirá em seu desenvolvimento profissional.
Em quais formações você já tocou? Procure essas experiências e perceba que seu instrumento ocupa um espaço diferente em cada momento por um arranjo ou por plena intuição.
Já leu a dica de Comportamento Harmônico? Ela contempla algumas dessas questões intuitivas.
Vamos em frente! Vamos experienciar!
#VemProSouzaLima
OPINIÃO
No início de nossas carreiras como músicos precisamos nos colocar a disposição dos diferentes tipos de agrupamento em prol das diferentes experiências que podemos adquirir para consolidação de nossa marca. Entendo marca, como nosso nome no mercado.
Na minha obra há música erudita, música popular, música experimental, música cantada, música sacra. Há performance de violão, de guitarra, de contrabaixo, de cuíca, de piano, o que mais quiser. Nunca me fechei a nada.
A sugestão é a mesma parece, mas já adianto que educadores que tem por aí vão querer encaixotar seus sonhos, fuja disso.
Aqui no Souza Lima temos práticas de bandas de todos os estilos! Saiba mais! E experimente já na escola!
Publicado em 31 de março de 2018, revisitado e ampliado em 20 de julho de 2020.