10 fev Produzir ou arranjar? Qual a diferença?
Produzir ou arranjar? Qual a diferença?
O primeiro e único estudo que realizei no campo da criação, ou interferência, na obra de outrem, foi de arranjo. No início dos anos 2000 havia apenas cursos que promoviam o conhecimento escrito, como prática de arranjo para os interessados em estudar música.
Em 2004 produzi um primeiro disco de outro artista. E hoje, refletindo sobre o que há de informação musical, entendo que é um disco produzido por arranjo. O que eu mesmo pejorativamente, até, chamo de disco de arranjador.
Disco de arranjador é aquele que só compreende uma ou no máximo duas maneiras para criar variação nos fonogramas. A maneira melódica no uso das introduções dessa espécie, e a maneira harmônica, criando sublinhamentos por re-harmonização, em introduções pelo aspecto harmônico.
A ideia aqui é outra!
Pouco a pouco passei a entender que a música vive sem a escrita musical passando assim a procurar outras maneiras de criar música, de produzir música. Nasceu então o produtor musical, em mim.
Evidentemente que não dispensei meu eu arranjador, apenas o condicionei a interagir com meu eu produtor.
Em curso?
Produzir não é girar botão de programas digitais. Existe um peso profundo em alguns cursos para isso. É um fato. Produzir é muito mais.
Quando criei o curso técnico em processos fonográficos, ênfase em produção musical, pude refletir profundamente sobre essa interação.
A partir desse reflexo concluí que idealmente precisamos ser um tanto arranjadores, e um tanto produtores, sem percentual binário – não é meio a meio, é observar o que precisamos ser quando estamos atuando com a criação.
Ser produtores arranjadores ou arranjadores produtores. Uma ideia acrescenta a outra sem cancelá-la.
Esse é o ponto!