Por que alterar o tom de uma música?

Por que alterar o tom de uma música?

Por que alterar o tom de uma música?

Legal! Mais uma pergunta de um leitor enviada para meu e-mail. Afinal por que alterar o tom de uma música?

Antes de tudo lembro que se você possui alguma questão especial sobre música, sobre a vida do músico, sobre como se profissionalizar, escreva um e-mail para: joao.marcondes@souzalima.com.br.

Para solucionar a questão da alteração de um tom vamos primeiro pensar nas características de um grupo de instrumentos? Que tal o violão, a flauta transversal, o cavaquinho, o bandolim, o piano, o trompete, o saxofone tenor, o trombone?

Cada um desses instrumentos possui características próprias, e duas dessas características ressaltam sobre a questão do leitor: 1|o Timbre 2|e o Registro de Alturas – que chamamos usualmente de tessitura.

Agora precisamos avaliar que a melodia de uma obra musical possui também seu registro de alturas, sua tessitura, a distância entre o som mais grave e o mais agudo.

Vamos imaginar que a tessitura desta música tem duas oitavas (a repetição de uma escala, duas vezes, dois ciclos dó – ré – mi – fá – sol – lá – si – dó – ré – mi – fá – sol – lá – si – dó).

O piano tem a maior das tessituras entre os instrumentos musicais, o que lhe permite transitar com qualidade em qualquer tom para tocar esse registro. Mas o cavaquinho, por exemplo, possui apenas duas oitavas de tessitura.

O som mais grave do cavaquinho é uma nota ré, e o mais agudo com tocabilidade é novamente a nota ré de duas oitavas acima.

Se a melodia que ambicionamos tocar tem duas oitavas no cavaquinho há apenas uma forma de tocar, e é preciso alterar a tonalidade. Ao invés de iniciar pela nota dó como foi previsto na composição será precisa alterar iniciando pela nota ré.

No cavaquinho então ficaria dois ciclos ré – mi – fá# – sol – lá – si – dó# – ré – mi – fá# – sol – lá – si – dó# – ré.

Cada um dos instrumentos possui um registro ideal de execução melódica – ciente que um instrumento não realiza apenas melodias, a música também possui outros valores como o efeito – que cria espacialidade ou ambiência.

A troca de tonalidade, ou alterar o tom como na matriz da questão, faz parte então de um processo para evidenciar as qualidades ideais de um instrumento musical e até mesmo de uma voz. Cada voz possui suas características de timbre assim como seu registro de alturas.

Por preservar as distâncias a impressão principal e que está relacionado a perceber que se trata da mesma música está mantido. Vamos ouvir?

Primeiro Garota de Ipanema em ré bemol maior com João Gilberto.

Agora Garota de Ipanema em fá maior com Tom Jobim e Frank Sinatra.

Que tal agora com vozes femininas agora? Ella Fitzgerald cantando em ré bemol maior.

Ou Elis Regina cantando em dó maior?

Trata-se então de uma necessidade de adaptar a voz ou o instrumento a um conjunto que ressalte suas qualidades melódicas.

Quando começamos a alterar as tonalidades?

Desde o período barroco, onde se consolidou o sistema temperado, com doze tonalidades maiores e doze tonalidade menores, é possível definir de maneira clara o conjunto diatônico em que estamos tocando denominando-os, mas muito antes disso trocávamos o registro de uma música.

A troca de registro é algo inerente a prática musical mantendo as proporções entre os sons que compõe a obra musical partindo de um novo ponto. É uma adaptação.

É isso!

#VemProSouzaLima