O que é tablatura?

O que é tablatura?

O que é tablatura?

Antes de mais nada tablatura é um sistema de notação musical geográfico, desenvolvido no período renascentista e barroco  para instrumentos de cordas dedilhadas e até teclas.

Acima de tudo trata-se de um sistema de escrita geográfica que indica onde os dedos do instrumentista devem ser posicionados para emitir os sons que fazem parte de determinada obra.

Embora didaticamente estudar apenas por tablatura abstraia o estudante de diversos conhecimentos necessários para a formação musical, à primeira vista ignorar a função da tablatura estabelece-se como um equívoco por alguns educadores.

Tablatura e Partitura

A partir do Século XI, a partitura surgiu para realizada pela voz. Na música litúrgica. Como variação em pontos de entonação. A precisão da partitura, mesmo quanto a altura, levou séculos.

Acima de tudo a tablatura está relacionada a prática dos instrumentos, como mencionado: estabelecendo geograficamente pontos de execução. Corda 1, casa 5, corda 2 casa 7, assim sucessivamente, com linhas paralelas representando as cordas.

A questão que utilizando apenas a tablatura é preciso conhecer o que será tocado para realizar em um instrumento o que está descrito.

Há até a tablatura associada com ritmo, mas desde já, não vejo sentido em aprender a escrita rítmica e fugir da escrita das alturas. 

Geografia

Primeiramente em um instrumento de cordas, como o violão ou violino, uma mesma altura se repete no instrumento, entre duas e quatro vezes.

A tablatura então associada a partitura indicaria a geografia exata da execução, o que parece muito útil.

Há outros meios para indicar essa geografia como aplicando a digitação sobre as notas pautadas em uma partitura, o que cita a ideia da escrita por geografia.

Ao estudante de cordas aconselho, sob a possibilidade de uma melodia, executar em todas as regiões possíveis para que se indique o timbre ideal, ou proposto pelo compositor a princípio.

Curiosidade:

Na peça “Prelúdio nº 4 para Violão” de Heitor Villa-Lobos, na primeira leitura que realizei como violonista, aos 14 anos, tratei prontamente de tocar mi si sol, em cordas soltas, aula 1 de leitura de qualquer violonista.

Ouvi em uma fita cassete e a frase não estava compatível com a que produzia Andreas Segovia, na única gravação que tinha (hoje todos tem Youtube, pesquisem!). A frase não correspondia ao timbre que obtive. Mas segui…

Repeti e ouvi novamente para experimentar uma nova digitação, mas agora em segunda região.

Também não obtive o timbre correspondente da gravação do ícone do violão mundial. Pensei que talvez eu nunca obtivesse, Segovia era o maior, que tinha o melhor violão, a melhor técnica, as melhores cordas.Desisti.

Toquei do jeito que pude por algum tempo. Para em um recital de um violonista brasileiro perceber onde realmente estava o timbre daquela primeira frase.

Se houvesse uma tablatura associada a partitura teria resolvido a questão antecipadamente.

Aprender apenas por tablatura?

Não.

Utilizar para iniciação?

Talvez, mas por um curto período.

Utilizar associada a partitura?

Com certeza.

Vamos em frente!  De antemão vale lembrar que até mesmo aqueles bracinhos de violão são de escrita geográfica, harmônica, mas que conserva espécie e origem da tablatura.

#VemProSouzaLima

Publicado em 2018, ampliado e revisado em cinco de maio de 2021.