09 out O que é Streaming de música?
Sem medo de parecer presunçoso: streaming de música foi a salvação do mercado fonográfico central – as megacorporações do entretenimento fonográfico respiraram aliviadas com a invenção do streaming.
A priori streaming é um meio tecnológico de se compartilhar dados utilizando a internet, com qualidade e rapidez. Stream em inglês significa riacho, assim streaming em analogia corresponde a um fluxo contínuo de informações.
Para a forma de se apreciar música o streaming representa um empréstimo. Não existe aquisição como havia na compra de mp3, ou de cds, lps, ou fitas.
A assinatura de determinado streaming concede acesso a um banco de dados com milhões de fonogramas, mas é claro, enquanto está pago.
Spotify, Deezer, iTunesMusic, Napster (hoje em dia), até mesmo o Youtube são alguns exemplos de acesso a música via streaming.
Alguns atuam com propaganda. Outros com assinatura.
Para a música independente o streaming ao mesmo tempo que representa um compartilhamento espetacular de informação em plano global, representa um caos financeiro, principalmente para os pequenos selos e gravadoras.
Financeiramente o streaming gera renda considerável a partir de milhões e milhões de audições o que beneficia as megacorporações, os pequeninos como minha gravadora BAC Discos, tem sofrido muito com este sistema.
Comemoramos ser ouvidos por trinta mil pessoas ocasionalmente, mas a reversão monetária desse “sucesso” é irrisória.
Veja que a bancarrota do mercado fonográfico central, e a diminuição para quase zero de lojas especializadas de produtos físicos constituíram um desfalque ainda sem resolução, em comércio de discos, cds, dvds, onde muitos perderam milhões, a música independente só perdeu milhares com a inutilização do CD e esses milhares não encontraram meio de retorno.
O mercado independente hoje se escora em leis de incentivo no Brasil. No estado de São Paulo nos PROACs ou em leis municipais de cultura espalhadas pelos rincões do Brasil…
O Streaming Spotify, primeiro aplicativo popularizado no perfil, completa dez anos nesse 2018, e o que parecia e de fato é muito bom – em qualidade de áudio, praticidade, causou uma nova encruzilhada justamente aos que mais precisavam. Como o Mercado independente vai se reinventar?
Por hora colecionando prejuízos ou vivendo as custas do estado?
O mercado independente chegou a mais ouvidos, o que faz desses acessos financeiramente, no entanto, não ocupa as finanças de cem CDs vendidos.
A história com Streaming é muitíssimo descartável, assim como os celulares de hoje em dia. É o futuro, mas um futuro bem sem graça para os que apreciavam os produtos do mercado fonográfico.
Saudade que dá até mesmo dos cds e suas caixinhas quebradas.
E o que dizer sobre a falta que faz os álbuns, os LPs, e sua ampla informação artística e estética.
OPINIÃO
Como produtor fonográfico as perdas com streaming até aqui são irreversíveis. Em 2015 produzi um álbum e decidi não prensar e vender como produto físico, com ampla esperança no streaming, dinheiro ou investimento perdido. Até hoje 5 anos depois não recuperei 10% do que foi investido com o álbum. Antes recuperava com a venda de 50% do disco prensado e comercializado fisicamente, e o restante era lucro.
Nos dias de hoje essa recuperação por intermédio dos aplicativos de música, os streaming de música levaria 75 anos.
É um desafio interessante ao mercado fonográfico independente de como renovar a relação de custo e retorno e sem diminuir a qualidade da produção, custo-benefício pode ser uma alternativa, mas como recuperar investimento ainda?
Estudar música, estudar produção, decidir fazer arte parece algo incrível, e está aqui um dos maiores desafios contemporâneos.
Se decidir estudar produção musical, temos no Souza Lima o Técnico em Processos Fonográficos com ênfase em produção musical. Saiba mais!
Agende uma entrevista, eu mesmo coordeno o programa.