O que é Música Erudita?

O que é Música Erudita?

O que é música erudita afinal?

Música Erudita é uma manifestação artística estabelecida de forma escrita mediante combinação dos sons em seus elementos primordiais – altura, duração, timbre e intensidade.

Uma criação registrada em partitura. Erudito é um ser humano capaz de ler e escrever. O compositor erudito é aquele que goza dos recursos da escrita para ativar sua criação musical, elevando a comunicação musical e a precisão de suas ideias para o planejamento e desenvolvimento de sua composição.

A escrita musical é herança eclesiástica. Das neumas até consolidação da escrita, os que dominavam as simbologias estavam atrelados a tradição da igreja católica. Padres, monges…

Música erudita então é aquela realizada por músicos alfabetizados musicalmente.

Refere-se no parágrafo anterior a música sacra. Mas veja que nem toda música escrita é sacra. Atravessamos os tempos. E a tradição escrita está até mesmo na música popular.

Barroco, século XVII e XVIII para a música

Em dado momento histórico, que remonta ao período do barroco musical, equivalente ao rococó das artes, priorizou-se a ideia de música pura.

Essa música que não está nos cultos cristãos, que não conversa nem converge com outras manifestações artísticas, está para ser apreciada individualmente. Em um concerto de música.

A ideia de música erudita surge como antítese a música do culto, e mesmo que depois (re)significa sua contribuição, está como protagonista. Se antes a música alimentava o culto, ou uma dramaturgia, como participe, com o conceito renovado, a música passa a propositora. Isso é música erudita.

Se dessa liberdade normativa adquirida está o embrião do que conhecemos como música erudita. Em algo que se consolidou somente no período clássico, onde os compositores serão libertos quase que completamente da igreja, a música escrita difundiu-se de tal maneira que nem sempre será erudita.

Música Popular e a escrita

A música popular, por exemplo, que o mercado fonográfico amplificou, desde a década de 1910 utiliza recursos escritos. No Brasil o mercado fonográfico remonta a primeira década do século XX, 1902, com a fundação da Casa Edson.

Ocorre que o mercado fonográfico tornou-se empregador. E para tal onde há oportunidade profissional há uma evidente migração, como da igreja e nobreza para o alicerce da burguesia europeia, essa nova área atraiu eruditos.

Essa música popular escrita também não é erudita.

De uma música erudita se espera:

Comunicação escrita, motivos melódicos claros, desenvolvimento, conceito, utilização dos recursos de expressividade, forma.

Instrumentação ampla e clara – grande ou que explore os recursos de um instrumento em sua totalidade, leve em conta a pulsação variada em antítese a música de pulso marcado para composições posteriores ao período clássico.

Música erudita e Música Clássica são sinônimos?

Sim, na linguagem cotidiana se emprega como sinônimos. De veras, é visível o emprego como sinônimo, embora em termos históricos música clássica remonta ao período entre 1750 ao inícios do século XIX. Então, uma escola de música erudita. Que também possui algo da música barroca, e do período sequencial ao clássico, conhecido como romântico, e até a música do século XX.

Bom, para uma primeira publicação, convergimos em alguns pontos. Estenderei o assunto a seguir, em outras publicações.

#VemProSouzaLima

Faz sentido ouvir música erudita em discos?

Com toda e absoluta certeza que sim mesmo que no princípio da indústria fonográfica, não. A música erudita sempre foi signatária de uma experiência presencial.

Experiência essa que estava em sentar em uma cadeira aveludada de um teatro escurecido, e sentir as sensações que a música nos traz. Hoje é uma experiência marcante sim, mas não única.

Muitas vezes sento em minha casa e a experiência de conduzir um LP para a vitrola para apreciar Bach ou Mozart é marcante, sendo diferente do teatro.

Talvez esse adendo valha um texto.