O que é modulação em música?

O que é modulação em música?

O que é modulação em música?

Modulação é um termo típico da música diatônica, ou tonal – que representa uma alteração na percepção de modo – maior para menor ou vice-versa, ou da troca de fundamental entre trechos de uma obra musical.

Vale lembrar que o diatonismo surgiu em um momento ainda da afinação natural, o embrião está no período renascentista. E apenas no período BARROCO com o sistema de afinação TEMPERADA que o diatonismo consolidou seu alicerce em 12 alturas diferentes, proporcionais entre elas, e e 12 tonalidades maiores e 12 tonalidades menores. Para assim ser possível constituir de maneira mais teórica o que é modulação.

Na música que produzimos desde o período barroco há instrumentos que são de afinação não temperada, e não temperada é afinação natural. A música de afinação natural na história é música que permaneceu por mais tempo modal.

A música de afinação temperada já parte de uma ideia de tonalismo – se diatônica maior, ou diatônica menor, ou alicerçada em algo híbrido entre maior e menor.

Quase que a totalidade da música de afinação temperada é diatônica, mesmo que o hibridismo tenha aberto a possibilidade para o atonalismo, híbrida como se passa em obras de Ravel e Debussy, onde a preocupação em ser maior ou menor se torna relativa, o atonalismo que insurge daí é um fragmento do que se produziu perante o sistema temperado.

O conceito de modulação com o qual nos baseamos atualmente se estabelece de fato no período BARROCO, onde há tonalidade, e há parâmetro claro para perceber o centro e as trocas.

Como apresentado no primeiro parágrafo a modulação pode ser percebida através de duas ideias: 1| Modificando o modo, conservando a mesma tônica, por exemplo, de dó maior para dó menor. 2| Modificando a tônica, mantendo ou não a espécie de modo.

TIPOS DE MODULAÇÃO PRATICADAS NO MERCADO FONOGRÁFICO

1| MODULAÇÃO RELATIVA

Quando temos uma tonalidade maior ou menor, e progredimos ao longo da peça para um tom relativo. De dó maior para lá menor ou de lá menor para dó maior

Vale ressaltar que a modulação não é uma teoria, é uma percepção.

 2| MODULAÇÃO POR TOM VIZINHO

Quando se consolida uma tonalidade alternando a seguir para uma outra que é vizinha direta  a partir do conceito de que tom vizinho é um tom com 6 sons comuns e um diferencial.

Por exemplo, uma obra que se estabeleceu em dó maior modular para sol maior, ou de dó maior para fá maior.

A modulação por tom vizinho muda a tônica mantendo o modo; enquanto a modulação por tom relativo muda a tônica e o modo.

3| MODULAÇÃO PARALELA OU HOMÔNIMA

Quando mantemos a tônica mas alteramos o modo entre maior para menor, ou menor para maior. Por exemplo, de sol maior para sol menor, e vice-versa.

4| MODULAÇÃO DIRETA

Quando aplicado um acorde dominante pode-se ir para qualquer tonalidade, para qualquer centro tonal.

A modulação direta tem como prática fonográfica uma segunda nomenclatura conhecida como MODULAÇÃO POR ARRANJO, aquela que é utilizada para trazer a sensação de crescimento – de modo a instigar o ouvinte. Chamando atenção, prendendo ou renovando a curiosidade do ouvinte pela obra que estava em escuta

Essa espécie de modulação provém da ópera.

QUESTÕES

As primeiras modulações que apresentamos são de alguma maneira preparadas. ou seja, são resultantes de uma progressão. Essa progressão normalmente se dá por acordes comuns, criando pequenas alterações que promovem a nova tonalidade.

Na modulação paralela essa alteração pode ser de uma extensão de acorde, por exemplo, é típico que um dominante de um tom menor tenha nona menor, enquanto, um dominante de um tom maior terá justo posto uma nona maior.

A modulação por arranjo, direta, atua de maneira idêntica a técnica composicional denominada TRANSPOSIÇÃO REAL.

Vale ressaltar novamente que modulação é característica de obras do período de afinação temperada.

A modulação provém de consciência musical, por tratar-se de uma proposição estética de alguma finalidade.

A modulação pode ser justificada para utilizar uma melhor região de tessitura de um instrumento, uma quebra no paradigma de sonoridade e sensação musical do ouvinte em sua escuta.

#VemProSouzaLima

Esse assunto é amplamente tratado no curso técnico em Processos Fonográficos – Produção Musical.