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Música brasileira em métrica ímpar

Música brasileira em métrica ímpar

A métrica ímpar é uma métrica que apresenta um conceito diferente. Uma métrica única, que está fora do  padrão.

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A métrica ternária, por exemplo, como um tipo de marcha-rancho e as valsas brasileiras – ambas tipicamente melodiosas, e com características harmônicas marcantes em tonalidade menor, não estão nesse grupo que pretendo tratar de métricas ímpares.

A guarania sul-mato-grossense e gaúcha, comum no Paraguai, Argentina e Uruguai, também possui métrica ternária, e não faz parte desse grupo ímpar.

Métrica Ímpar Artística

A música reflexiva/artística proposta em métricas ímpares foi introduzida no mercado fonográfico brasileiro a partir da década de 1960. Alguns trios brasileiros, inspirados em alguns modelos de composição norte-americanos, e mais ainda na composição de Igor Stravinsky, e de uma necessidade de expandir a inventividade, compuseram ou adaptaram obras binárias, ternárias, ou quaternárias, para métrica de cinco e sete tempos.

A seguir, o grupo Quarteto Novo estabeleceu um repertório para as métricas ímpares se tornarem realmente abrasileiradas.

Então métrica ímpar como conceito é aquela que reinterpreta uma métrica usual – presente em um estilo ou gênero tornando-a fora do que é padrão.

Um samba em compasso de três tempos. Ou em compasso de onze por dezesseis. Ou um ijexá em compasso de cinco por quatro. Um baião em compasso de sete por oito. E assim por diante.

A música brasileira é dançante. Mesmo com tamanha evolução estética nosso repertório nunca perdeu o vínculo com a sensação de movimento peculiar a dança.

MÉTRICA ÍMPAR NO PLANO DA CRIAÇÃO

– Para atingir êxito na composição de uma métrica ímpar basta promover um ostinato rítmico de métrica binária em um ostinato rítmico interpretado sobre determinada métrica ímpar.

– A criação de um inventário rítmico adaptando a nova métrica contribui maciçamente na adaptação de frases características.

– Componha a seguir um tema em uma forma simples.

– Pratique em andamentos diversificados.

– Adapte alguns standard de música brasileira para a métrica pretendida. Lembrando que podemos adaptar um samba para uma métrica ternária tanta quanto um choro.

– Dessas variações improvise ou arranje usando a voz ou seu instrumento para assimilar completamente a ideia da nova rítmica. Pronto. Repita o processo no estudo.

No meu álbum “Descompassado” de 2014, desenvolvi esse conceito de transformação inspirado no ijexá. Passando de quatro para cinco pulsos, quaternário para quinário em métrica.

(140) Descompassado (feat. Bruno Belasco, Gustavo D Amico, Gustavo Sato, Ricardo Berti) – YouTube

#VemProSouzaLima aqui se estuda métrica ímpar!