Existe preconceito entre músicos?

Existe preconceito entre músicos?

Existe preconceito entre músicos?

Sim, demasiadamente. Vamos falar (e rir) do preconceito entre músicos.

Primeiramente há o conflito patético entre eruditos e populares. Um conflito morfético de quem considera a música do outro pior, como se houvesse uma régua estética com precisão matemática.

O músico erudito costuma considerar sua música mais elaborada – o que de fato é quando pensamos em técnicas de desenvolvimento, mas é muito importante compreender o potencial da síntese na composição popular e no alcance de certas músicas de grau importante de complexidade.

Não existe apenas uma música popular, e assim como na música erudita entre pares as cotoveladas são marcantes. Palitos sem cotovelo se acotovelando.

Os mesmos eruditos digladiam-se entre os que se dedicam a vanguarda, ou os que se consideram vanguarda pelo uso de recursos tecnológicos contra aqueles que se dedicam exclusivamente a música neorromântica e até neoclássica, e vice-versa. E ambos ainda travam o preconceito contra os compositores que direcionaram suas obras para a trilha sonora.

Sim, alguns conseguem tratar a trilha sonora como algo menor. Dá para acreditar? Para mim como educador musical e compositor esses duelos são patéticos.

Os músicos eruditos consideram o jazz aceitável em música popular. Por ousar ou por procurar extremos, talvez. E tem jazz muito bom, e muito ruim, como tudo.

Entre os músicos populares do jazz há aqueles que negam veementes a música que possui letra. Assim como os eruditos que consideravam a música operística e até sacra como algo menor que a música instrumental. Outra idiotice.

A música cumpre diferentes papéis na sociedade, nas plataformas de conhecimento, comunicação e entretenimento. Eu consigo ver valor na música presente em um folguedo popular – presente o canto, a vestimenta, o culto e os costumes. Apenas o idiota não consegue.

Certo escritor afirmou “quão lindo é um romance, e quão complexo é escrevê-lo”; prosseguiu “lindo é uma crônica, e quão complexo é escrevê-la”; e seguiu “lindo é um soneto, e quão complexo é escrevê-lo”; e finalizou “quão complexo é criar uma frase única que eleve o pensamento”.

Dificuldades diferentes.

A canção popular brasileira é signatária dessa premissa. Há legítimos poemas cantados com melodias marcantes e que em sua vestimenta experimenta as nuances da música erudita.

Para quem serve o preconceito?

A classe musical sofre preconceitos externos, e internamente se mutila como masoquistas. Evidentemente que “pensadores” contemporâneos contribuem com essa mazela, mas daí é outra história.

Tudo tem valor. A menor criação é muito maior que uma crítica maldosa. E vide o verso, não se deprima por isso e escolha bem seus pares, se afaste dos urubus ao adentar na carreira musical.

E para finalizar os músicos portadores de diploma de bacharelado que se sentem melhores que músicos portadores de diploma de licenciatura. Pronto, esse é o ápice da bestialidade. E o mais curioso que esses bacharéis piadistas sobrevivem em grande parte dando aulas.

Seja diferente!

#VemProSouzaLima