15 jun Escrever o nome silábico em cima do desenho da nota é bom para aprender a ler partitura?
Escrever o nome silábico em cima do desenho da nota é bom para aprender a ler partitura?
Infelizmente escrever o nome silábico em cima do desenho da nota não é nada bom para aprender a ler partitura.
Mesmo tratando-se de uma prática tão disseminada na educação musical, ela apenas escraviza o estudante a contar linhas e espaços para cima e para baixo sem nenhuma transferência de conteúdo a curto e médio prazo.
Já acompanhei estudantes que depois de anos contando linhas e espaços para identificar o nome seguiam repetindo o mesmo procedimento, o que foi comprovado por mim em uma pesquisa que culminou no método completo de Solfejo Melódico que escrevi e que logo estarão no Kindle.
Livros fazem isso!
Os principais livros de teoria musical comercializados no Brasil incentivam essa prática. Como se estivesse na teoria a responsabilidade do desenvolvimento da leitura de partitura. Lamento o equívoco dos autores quanto a formação do estudante, mas o fato é que a responsabilidade para o desenvolvimento da leitura de alturas em partitura está no campo do Solfejo Melódico.
Ao escrever o nome silábico você se concentra no símbolo musical das alturas ou no que está escrito como no idioma falado? Fato, se ignora o símbolo musical, tanto no estudo da teoria quanto da prática. É como aprender um idioma e escrever o tempo inteiro as frases traduzidas, só que ao invés de ler o idioma que se pretende desenvolver, você lê a frase traduzida. Como?
Essa prática de se escrever o nome silábico em cima do desenho da nota deveria ser abolido dos livros e da prática realizada pelos educadores.
A teoria introduz o conceito de clave. Abre-se a pauta a partir da clave pautada, e feito isso se estabelecem as demais alturas. Agora aprender a ler partitura é outra coisa.
E ainda é necessário considerar que leitura melódica do solfejo é um primeiro passo, e que leitura aplicada no instrumento é outro passo. Essas pontes do conhecimento precisam ser feitas com cuidado, de modo a consolidar uma formação musical onde cada questão está em seu devido lugar.
O conhecimento deve partir de uma folha em branco, mas onde se sabe dela fazer uso.