02 set É verdade que a MPB acabou?
À música brasileira hoje – em cinco personagens! Não é verdade que a MPB acabou! Embora entendo de uma maneira clara que a terminologia se tornou tão abrangente que MPB já não define absolutamente nada.
Fugindo do genérico, o termo MPB surgiu na esteira dos festivais da televisão brasileira representando uma nova geração de compositores e intérpretes.
Quem visita o Brasil fica até com medo. Se imagina ouvindo bossa-nova nas ruas, e isso não ocorre. A música brasileira das ruas ou a que tem na rádio ou na televisão é algo extremamente antagônico ao país que Tom Jobim e Milton Nascimento criaram.
Música brasileira hoje é algo que sempre existiu, nas décadas de 1960 até 1980 não tinham tanto espaço, e hoje se tornaram protagonistas no percurso do agronegócio.
MPB a esse passo é um estilo, não um gênero.
Ou o que aconteceu com a música brasileira?
Nada muito estranho, amigo. Repito que o Brasil sempre teve uma tradição de música popular simples também, e isso deve ser enaltecido. E sempre acompanhada de passadas e desfiladeiros com música mais artística – como os preconceituosos enxergam.
Se você não conhece aquele outro país, é bom vir ao Brasil que existe em nossos guetos onde essa música sobrevive. Essa música aí mais artística.
Eu respeito o mercado fonográfico central, a televisão, o rádio, as festas e a música mais popular,, questiono apenas a falta de escoamento da ampla produção que ocorre nas beiras da indústria fonográgifa.
Como em qualquer país, há artistas criando obras por influência da mídia e outras que alimentam diretamente.
Os artistas que serão acompanhados não alcançarão um sucesso comercial proporcional em território nacional aos últimos que surgiram por aqui, Djavan, por exemplo.
Ou que prejudique um projeto internacional, como temos Luciana Souza ou até Rosa Passos. Para a música avançou muito. Música instrumental em passos ainda mais amplos, no Brasil hoje muito se produz.
Ou o que ouvir para conhecer a musica brasileira dos guetos ou dos SESCs e Festivais?
Guinga é sem dúvida um dois grandes nomes da música brasileira nas últimas décadas, formados consideravelmente desde os anos 1980.
Hamilton de Hollanda também deve ser lembrado pela consistência e continuidade de um trabalho desenvolvido com o bandolim. Levando a tradição de Jacob do Bandolim consideravelmente a um novo caminho.
Mónica Salmaso é sem dúvida uma das grandes intérpretes brasileiras de todos os tempos, desde a década de 1990, com um trabalho altamente apurado – iniciado com os afro-sambas em parceria com o violonista Paulo Bellinati e o grupo de Eduardo Gudin – Notícias de um Brasil.
O trio Corrente ganhou um Grammy em álbum em parceria com o cubano Paquito D’Rivera. E mais do que isso, desenvolve um trabalho que leva a música brasileira a um novo patamar.
E que faz fronteira com o Mercado Fonográfico Central, mas com um trabalho extremamente interessante do cantor e compositor Lenine, desenvolvendo sua obra desde os anos 1980. E sem dúvida representou um avanço em algumas características da música brasileira.
Você conhece todos esses artistas? Saiba que eles são apenas a ponta de um valioso iceberg.
Vamos ouvir o Brasil!
#VemProSouzaLima