Como vamos ouvir música no futuro?

Como vamos ouvir música no futuro?

Finalizamos as publicações da série “Quem ouviu? Quem viu? Quando viu?” e claro, ansioso pelo o que virá nos próximos passos da história humana! Ressalto: Como ouviremos música no futuro? 

LP, Fita Cassete, CD, iPod ou Mp3 Player, streaming…

Os elementos da série ainda conservo em meus acervos. Ainda uso e ouço meus antigos e novos vinis, tenho canções gravadas que consulto ocasionalmente em um antigo gravador de fitas cassete. E ainda possuo uma excelente coleção de cds. Utilizo meu iPod e assino um bom streaming. Cada um com seu valor.

Diferenças em cada mecanismo? 

Há variações de qualidade, sem dúvidas. Mas muito mais do que as questões de audição descritas por mil especialistas defensores de um ou outro reprodutor, peça ou aparelho, há uma experiência sensorial em foco.

Ouvir música em um Long Play, com um encarte nas mãos, cujo ouvido se lança a perceber aquele músico descrito na ficha técnica, quase que imediatamente, não é o mesmo que ouvir uma música perdida no escopo do streaming de celular.

Alguém poderia argumentar do youtube, realmente, ver e ouvir a música parece ainda mais legal. Algo que existe há tempos no Brasil da televisão, desde os anos 1960 com os programas de auditório. Mas o que ouvimos quando vemos?

O Brasil curiosamente, talvez pela gratuidade, tem o YOUTUBE como streaming de áudio mais utilizado.

Por curiosidade, vontade ou busca de aprendizagem?

Aprendemos menos ouvindo do que lendo ou mais vendo e ouvindo do que lendo?

Se reunirmos todos os sentidos nosso aprendizado está completo! Assim penso eu, trata-se de um elo perfeito, um direcionamento da escuta.

Como procurar essa experiência apenas no streaming então?

Se experiência traz valores distintos, alguém poderia dizer: “O streaming é muito mais prático para trocar de música”, “Para pesquisar”…

Mas isso por outro lado, no streming, ouvimos menos um artista do que ouviríamos em um LP. Conhecemos apenas por superficialidade. Uma música. Algo que a audição do CD de certo modo já havia feito.

No tempo do fonógrafo era assim! Fato! E na primeira fase dos discos de cera também. Era uma música por vez. Sem saber quem tocava. Sem conhecer a face do artista. Regredimos?

Uma música do centro do mercado fonográfico dura sessenta dias no máximo, isso é uma loucura. Esses artistas correndo para produzir músicas nascidas ou fabricadas como sucesso.

Como orientar nossa audição em tão diferentes formas de apreciação?

Observando a geração 2000 percebo menos envolvimento com seus artistas.

Menos dedicação a conhecer cada trabalho. E quando essa dedicação existe está para artistas totalmente comerciais, desses do centro hierárquico do mercado fonográfico. E pouquíssimo para artistas brasileiros.

Sabe aquela ideia de quem gosta de Chico Buarque não gosta de Caetano Veloso? E vice-versa? Uma verdadeira lenda de competitividade e antagonismo. Será que ainda existe audição competitiva com esses artistas criados?

Como ouvir música então?

Como referência de audição:

  1. Procure identificar os instrumentos que compõe a gravação.
  2. Em cada audição, procure as deixas e variações dos instrumentos.
  3. Amplie a percepção da música.

Bem, são ideias, de uma série muito divertida de compartilhar.

Outro fato interessante sobre o Brasil? Sim, somos um dos poucos países do mundo que tem em sua playlist de mais ouvidas anualmente apenas artistas daqui. Considere isso muito! Embora, claro não há democratização dos meios de reprodução e mídias, então o que tem nessas listagens são sempre o mesmo som.

E ainda considerando que o nosso país é o que mais produz e comercializa música independente. Esse é outro ponto que devemos valorizar.

Devemos ouvir música de qualquer jeito, mas espero que com algo nas mãos, já que a resposta da pergunta que motivou o texto provavelmente é ainda YOUTUBE.

#VemProSouzaLima

Isso é um assunto amplamente conhecido no nosso técnico em produção musical, saiba mais! Já que como vamos ouvir música no futuro!