Como um músico deve se vestir?

Como um músico deve se vestir?

Como um músico deve se vestir?

A imagem da figura desleixada ainda assombra a carreira do músico profissional. Se bem que o músico precisa de diversas variações quanto sua apresentação visual, mas afinal, como um músico deve se vestir?.

O músico deve constituir um visual que se adeque ao projeto profissional que está inserido ou que pretende se inserir.

Alguns músicos na história da Música com o objetivo de constituir marca aderiram a formas de se vestir específicas, que chamem a atenção de certo modo, e que o identifiquem imediatamente. Do rock onde o visual é preliminar até mesmo sob estética sonora, ao jazz – onde de certo modo a preocupação com visual constitui algo não tão latente assim.

O artista

O guitarrista norte-americano Grant Green (1935 – 1979) em suas apresentações em casas especializadas de jazz – vestia um terno verde quase que exclusivamente. Seu intuito era: constituir uma marca, uma memória sobre quem ele era.

Algo que reverberou em seu nome artístico, e contribuiu com sua consolidação.

O violonista Yamandú Costa em início de carreira vestia quase que exclusivamente roupas típicas do sul do Brasil. Em quatro apresentações que estive no final da década de 1990 ao início dos anos 2000 percebi quase como uma afirmação, um marco pessoal.

Poderíamos relembrar o saudoso sanfoneiro Dominguinhos com chapéu típico nordestino. Ou ainda aqueles grupos de samba tradicional vestidos de chapéu bicolor, calça branca e chapéu panamá rememorando um tempo de belle epóque brasileira do início do século XX.

Como você se veste perante o coletivo deve levar em conta duas questões:

1) O que o ambiente pede?

2) Como constituir uma memória visual?

A constituição da memória visual está para artistas é verdade do que para os músicos que as vezes são obrigados a vestirem-se de preto para pouco intervir no espetáculo visual de um artista.

Algumas atividades que exercemos como profissionais a vestimenta está pré-determinada mesmo que precisemos conhecer e estar prontos para diferentes situações do nosso mercado de trabalho.

Faz parte do fazer do coeficiente de quem se apresenta tocando jazz em eventos ou casas noturnas com música ambiente estar de terno completo. Quando nos profissionalizamos precisamos observar essas questões para estarmos prontos na medida que as situações surgirem.

Anos 2000

Dos primeiros anos que vivi na cidade de São Paulo, eu ou estava tocando jazz em eventos e casas noturnas, ou estava tocando samba em casas noturnas e restaurantes. No meu guarda-roupas eu colecionava dois ou três ternos completos para o ambiente jazzístico – que solicitava vestimenta completa.

O guarda-roupas também tinha a seção branca, calça-branca, chapéu bicolor, meia dúzia de camisas listradas. Essa era a vestimenta de sábados para as feijoadas com samba e choro.

Claro, que não usava essas roupas por marca artística, apenas era a vestimenta alegórica praticamente que se cobrava nesse nicho do mercado de trabalho.

Até os dias de hoje minha coleção de ternos aumentou, mas não me apresento mais nas casas de jazz do ramo, e tão pouco uso o sapato bicolor e calça branca nas rodas de sábado, o samba e choro, da cidade de São Paulo.

Ainda tenho os trajes, pois ocasionalmente em um show com alguns artistas me solicitam a calça branca, ou o terno completo. O fato é que precisamos estar preparados para, cansei de ver músico ser solicitado de determinada roupa, não ir no dia, dar aquela enrolada, e depois simplesmente não ser mais chamado.

Não deixe que algo tão simples seja um obstáculo da sua carreira.

Já leu as outras dicas para o futuro músico profissional? Essa é a nona. Acesse nosso blog e aproveite.

Publicado em 9 de março de 2018, ampliado e revisado em 16 de setembro de 2023