Como é um curso de regência?

Como é um curso de regência?

Um curso ideal de regência é aquele que possui os diversos agrupamentos disponíveis para a prática do estudante, correto?. Então, infelizmente essa realidade é está distante da encontrada nos principais programas de regência do Brasil.

Normalmente as faculdades oferecem programas de regência sem atribuir se regência orquestral ou regência Coral. Apenas regência, mas de fato as universidades e faculdades estão preparadas de fato para atender a regência coral, ou a regência como prática para pequenos agrupamentos.

E por ser apenas regência abre-se o precedente para atuação teórica e técnica dos estudos que formam o regente, sem que necessariamente se ofereça a prática perante um agrupamento orquestral.

Sim. O estudante pode passar toda a vida na universidade tendo regido exclusivamente partitura – como costumamos dizer no estudo da carreira, que é um bacharelado em nosso país, pós-graduação ou até programa técnico.

A prática importante do repertório do regente, e pode ser mesmo feita através de estudos analíticos em frente a partitura. O estudo também pode aplicar práticas de escuta histórica e percepção. Mas a ausência de experiência real como liderança de um agrupamento é sim falho na formação de nossos musicistas da área.

Se essa questão é presente em universidades imagina em programas livres e técnicos?

As universidades norte-americanas e europeias que oferecem este programa possuem a seu dispor agrupamentos que condicionam os estudantes a vivência prática e teórica. Ou seja, há interlocuções para que o estudante vivencie totalmente a experiência de ser regente.

Está aí o motivo para que muitos dos titulares das nossas orquestras ou são formados no exterior ou são estrangeiros de fato.

Uma universidade como a USP, que possui a OSUSP, uma orquestra radicada, poderia oferecer aos seus alunos práticas semanais de interação com o grupo sinfônico, mas infelizmente não é o que ocorre. Já tive estudantes que preparei, no preparatório para vestibular Souza Lima, que coordeno para as universidades públicas de São Paulo, e a confirmação do não contato com orquestras é latente.

Saiba mais sobre o preparatório vestibular para música aqui!

Para ter contato com a orquestra as vezes é melhor estar em um Conservatório como o de Tatuí, ou até mesmo na EMESP, do que em uma das universidades paulistas. A UNICAMP também tem orquestra e o padrão é o mesmo.

A UNESP, que é uma universidade atípica, por ter faculdades espalhadas por todo estado de São Paulo, para assim ser uma universidade de fato, e cuja sede de música fica em São Paulo, é incapaz também de oferecer experiência em regência orquestral aos seus bacharelandos.

Assim são os cursos de regência no Brasil! Fazer o que?

Vale a pena então deixar o país para estudar regência?

Ao meu ver sim, se não for na graduação ao menos na especialização, estudar regência fora do Brasil é o único caminho de fato possível para se consolidar em mercado tão abissal.

Ainda mais que o diploma de regência, entre os programas de bacharelados é o único que realmente é cobrado ao profissional atuante, comprovando sua capacitação para com um grupo sinfônico, mesmo que incompleto como é de praxe nas cidades brasileiras.

Para ser compositor quem fala por você é sua obra. Para ser instrumentista quem fala por você é seu desenvolvimento apresentado. Ambos precisam de diploma para outros fins, talvez para aulas mesmo que sendo objetivo de um bacharel, mas não é preciso para comprovação de aptidão e performance.

No caso da regência é preciso demonstrar a aptidão, mas concursos públicos são abertos apenas para portadores de diploma na área.

Saber, e conhecer as atividades do músico, permaneço sempre feliz e fiel a essa ideia aqui no BLOG Souza Lima. Agradeço pela leitura.

Vamos em frente!

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#VemProSouzaLima

Publicado em 12 de agosto de 2019, ampliado e revisado em 23 de agosto de 2020.