03 set Como desenvolver a leitura à primeira vista em música?
Qual a importância da leitura à primeira vista em música?
Realmente importante, a ponto de afirmar de cara: desenvolva leitura à primeira vista que o diferencie como instrumentista.
A leitura a primeira vista então é um ponto de qualidade dos músicos instrumentistas – vale ressaltar. Não possui funcionalidade para um arranjador, compositor ou produtor musical, porque o termo se refere a leitura aplicada em um instrumento musical.
A iniciação musical, principalmente por instrumentos de viés popular se dá por oralidade – observação e comunicação verbal. Os músicos populares são famosos por negligenciarem a partitura, alguns chegam a descarta-la totalmente.
A iniciação para a música erudita por outro lado, de instrumentistas orquestrais, por exemplo, ou o piano, é realizada por tradição escrita, tendo então a partitura como aliada.
Mas o que é a leitura à primeira vista?
Leitura à primeira vista é aquela que consolida o fazer musical em tempo real, em andamento sugerido na pauta, com valores de altura e duração precisos tal qual expressividade – andamento e acentuação. Realizada com primazia.
Muitos alunos e estudantes de música, já iniciados, que possuem certo domínio instrumental perguntam como desenvolver a leitura à primeira vista depois de ter se consolidado como instrumentista.
Faço votos que a iniciação ideal deve contemplar o desenvolvimento técnico e musical em paralelo a cognição simbólica do aprendizado da partitura. Não é o que ocorre no dia a dia do músico em sua formação.
Um instrumentista precisa a priori de uma leitura que o capacite a executar obras musicais. A leitura a primeira vista nesse aspecto de formação introdutória pode ser considerada parte apenas secundária do aprendizado.
Caso não tenha ocorrido o aprendizado em paralelo:
1) Procure bibliografias do gênero em leitura específica para seu instrumento. Estude também o solfejo melódico (muito!) e o solfejo rítmico fora de seu instrumento.
2) Organize partituras em nível iniciante ao avançado. Levando em conta os critérios: tessitura, pulso, subdivisões, andamento, expressividade. Métrica. E quiálteras.
3) Estude de forma lenta e progressiva, faça um plano semanal, mensal e até anual. E vale ressaltar que a leitura dessa espécie para se consolidar, deve ser estudada do primeiro ao último compasso – não retorne, ou interrompa caso tenha cometido um erro, ao fim da partitura retorne ao que eventualmente tenha errado. Anote-o, rememore a seguir, e dedique-se para um estudo a parte.
4) Antes de iniciar a leitura do seu instrumento faça um inventário rítmico dos elementos que compõe a partitura.
Ou seja, a leitura a primeira vista é fruto de reflexão, e promover um pequeno inventário mental na observação do que vamos ler de maneira aplicada em nosso instrumento, é parte do processo.
5) Realize também um inventário melódico elucidando questões como a tessitura que partitura propõe. Assim como a tessitura, analisar visualmente o conjunto de notas – armadura de clave, se houver, e acidentes ocorrentes, que a partitura propõe auxilia na leitura. Sabe? Analise visualmente a partitura antes de ler ao instrumento.
6) Procure expressividades gerais, de tempo, acentuações e dinâmicas. Grife a partitura nesses elementos até que se tornem habituais aos olhos.
A leitura à primeira vista é um diferencial do Músico de orquestra tanto quanto de um instrumentista popular que dedica sua carreira a gravação ou como músico de palco.
Fato que o não saber como se dedicar, e o significado real do termo faz com que desprezemos o assunto como prática instrumental, e o assunto é algo para ser estudado especificamente, como o estudo das escalas, dos acompanhamentos, dos arpejos, da sonoridade.
O instrumentista popular ainda precisa saber ler à primeira vista Cifras, aplicando conceitos estéticos e rítmicos, mas aí já é assunto para outra publicação.
Fica a dica!
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#VemProSouzaLima
Publicado em 4 de fevereiro de 2018, revisado e ampliado em 03 de setembro de 2020.