23 ago As características do Piano
As características do piano são realmente ímpares! Para organologia um instrumento de cordas percutidas.
Você sabia?
Cada tecla aciona cordas únicas, duplas, triplas e quadruplas. Tecnologia desenvolvida para que a emissão das notas obtenha equilíbrio em intensidade – decibéis, mesmo trafegando pela tessitura e regiões do instrumento.
Quanto mais grave as teclas acionam cordas únicas, quanto mais agudo são cordas quádruplas – seguindo essa progressão com cordas duplas e triplas intermediárias do limite da tessitura.
É realmente um instrumento de tecnologia formidável. Ainda mais se lembrarmos que sua construção data do século XVIII. E pouco se modificou em quase 300 anos de história.
Você sabia?
Possui 88 teclas. A maior tessitura entre os instrumentos musicais ocidentais. Sete oitavas e meia. Partindo de uma nota lá de 27,5 hertz, no limite grave reconhecido pela audição humana (entre 20 hertz e 20000 hz).
Utilizando assim duas claves para registrar suas alturas, um diferencial veiculado a sua imensa tessitura!
A orquestra completa está na tessitura desse instrumento impressionante! Que imenso é o piano!
Do mais grave contrabaixo acústico, passando pelos médios de um violoncelo, de uma viola, trompa, flauta transversal, trompete, até o estridente flautim! Evidenciamos alguns instrumentos, embora o que se ressalte que o piano cumpre todas esses registros.
Você sabia?
Johann Sebastian Bach conheceu o piano como instrumento mas o considerou deselegante. Coube a seus filhos e a geração seguinte de Mozart e Haydn popularizar o piano na Europa.
Piano no Brasil
O piano foi introduzido no Brasil apenas no século XIX, pouco antes do Brasil se estabelecer como centro do reino de Portugal.
Entre as figuras fundamentais pro estabelecimento do piano no Brasil está Chiquinha Gonzaga(1847 – 1935), no final do século XIX.
Assim o piano consolidou-se como um instrumento legítimo do fazer musical brasileiro. Tom Jobim (1927 – 1994) era pianista, onde compôs canções símbolos da música brasileira e internacional.
Da canção, do samba bossa-nova, como estilizador, Jobim apresentou ao mundo uma versão minimalista da execução do instrumento em frases curtas de contracanto melódico.
Piano este que Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) dedicou obras fundamentais, estreadas pelo patrono da nossa instituição João de Souza Lima (1898 – 1982) ou pela virtuosística Guiomar Novaes (1894 – 1979).
E como não lembrar de Ernesto Nazareth (1863 – 1934)? A linguagem de um fazer musical brasileiro inaugurada ainda no século XIX.
E Egberto Gismonti (1947) então? E Nelson Freire (1944-2021) Brasil um país de pianistas notáveis!
O piano é um instrumento intimamente relacionado ao desenvolvimento da música brasileira! Como elemento erudito! Como elemento popular! Como um trapiche interligando ambas as perspectivas musicais! Transformando o que para algumas nações é uma trincheira, em uma barreira transponível a todos os compositores.
Aprendeu mais no infográfico que desenvolvemos especialmente para você?
Infográfico com pesquisa e texto de João Marcondes, para design de Jean Forrer.
Opinião pessoal
Aprender piano é útil para compositores, arranjadores, e maestros.
O piano faz parte inclusive da avaliação de algumas instituições para os programas de bacharelado em composição ou em regência.
Claro, particularmente não concordo com a afirmação ou requisição de domínio do piano para estudar ou tornar-se compositor. Fato é que é uma prática recorrente, válida como lembrete na ação particular colaborativa dessa publicação.
Para o regente, em particular, o piano é capaz de reduzir o fraseado completo de uma orquestra.
Em tessitura, em região precisa, como trouxe a publicação, o piano sintetiza as alturas de cada instrumento, o que é de grande valia para a compreensão real na emissão das alturas e organização da regência de uma obra orquestral.
Vale a nós compreender a função e importância do instrumento, e ponderar as questões reflexivas que combinadas refletem na construção de um bom aprendizado.
Esse artigo foi publicado originalmente em 26 de janeiro de 2018, ampliado e republicado em 23 de junho de 2022.