As características do pandeiro

As características do pandeiro

Pandeiro do batuque. Do aconchego. Do ritmo da dança. Membranofone e idiofone ao mesmo tempo, um instrumento musical percussivo completo. Vale considerar que realiza em sua execução marcação, clave e condução.

Marcação quando estipula a pulsação, em uma figuração grave, cumpre a função do surdo. Condução através de suas platinelas, realizando continuamente a segunda subdivisão da pulsação. E a clave está estipulada na acentuação.

Que batuque é aquele ritmado?

O pandeiro sabe de tudo que é dobrado. É ritmo para todo lado. Enviesado.

Há de se ouvir instrumento mais brasileiro, mesmo que de fato não sendo de origem, do Brasil.

Até a Música barroca fez seu uso sorrateiro, nada nada brejeiro, ao menos para o concerto grosso. Fazia efeito. Ou um pequeno ostinato.

Antes de inundar a seresta, o seresteiro diria primeiro:

Viva o pandeiro!

É algo do fazer musical brasileiro.

Jesuítas cantavam em coro, corretamente versando a Deus uma história, um dilema. Uma epopéia – em mãos estavam pandeiros. Ou até violas de arame, hoje conhecidas como viola brasileira, mas que já se chamaram viola caipira.

Os repentistas em desafio quase bélico, versando versos amarrados, improvisadamente – em punho estavam pandeiros. É um tom de desafio, e que instrumento poderia melhor acompanhá-los?

O regional de choro engrenando melodia arrepiada, sobe e desce escala aceleradamente, clarinete, cavaquinho ao centro, violões, bandolim e de ritmo só um pandeiro. Mas só um pandeiro? Sim, só o pandeiro! Um instrumento tão, mas tão brasileiro, que está para tal como trigueiro.

Fato que não se nega ao ato, o som do pandeiro é a síntese de um estado diferenciado. Que parte do nordeste atravessa o centro-oeste, sudeste, e está por todo lado.

Nada aqui se cria, mas nada se copia! A linguagem está para nós e chega veloz! O que serão 100 anos? Se o pandeiro em tão curto tempo desenvolveu-se em rastros ao mercado fonográfico brasileiro. Já caminhava Brasil afora desde os idos do século XVI, em 1549 quando desembarcaram por essas terras os primeiros jesuítas.

Se para nós brasileiros já são tantas e tantas variações! Serão mais em mil anos.

Polegar, ponta e base. Fundamentais.  Fundamentos centrais.  E tem um tapa aí. Irão dizer. Pois bem! O pandeiro é de gente brasileira! Gente que foi taxada de vagabundos, meliantes de um país em formação. Que cravava o sotaque de uma nova nação.

Com platinelas. Pele de couro para um aro. E 10, 11 ou 12 polegadas. Pandeiro bandeja. Em Pele de Náilon. Um Bira Presidente, um pandeirista que renovou o instrumento. Tocando de frente, nada de polegar protagonista. Era um pandeiro bem alto, pra estilo partido alto verdadeiro. Vindo do Fundo do Quintal.

Um pandeiro classudo de Jorginho ou o falante de Marcos Suzano. São pandeiristas do melhor que há do fazer musical brasileiro. Que digo e repito, não por apenas ser bonito. Mas para que você leve adiante esse saber tão importante da música popular brasileira.

Aprenda um pouco mais sobre esse instrumento indescritível em palavras coloquiais, sem normas cultas. Viva o pandeiro, nesse infográfico que preparamos especialmente para você!

O Souza Lima e a série Universo dos Sons, a cada passo um aprendizado livre. Fundamental sobre o fazer musical de nós brasileiros. Traz nos infográficos o segundo passo desse trabalho, os livros da série Um instrumento, são os primeiros.

Já viu os outros infográficos?

Texto e conteúdo de João Marcondes para o design de Jean Forrer.

João Marcondes

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Procure um cujo o aro não se sobreponha a pele. E que seja leve. Lembre que o pandeiro se toca com ambas as mãos. Lembre que o pandeiro se toca com emoção. Qualidade técnica. E conhecimento de repertório.

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Texto produzido originalmente e publicado em 8 de abril de 2018, e ampliado e revisado em 3 de novembro de 2018.

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