As Características do Contrabaixo Acústico

As Características do Contrabaixo Acústico

O contrabaixo acústico é um instrumento completo! Faz parte de agrupamentos tão divergentes quanto complementares da música erudita ao jazz! Mas quais são as principais características do contrabaixo acústico?

Encanta em sua forma e esplendor técnico, se arqueado na fricção das cordas, ou beliscado no que chamamos de pizzicato, o contrabaixo equivale em Alturas com o irmão contrabaixo elétrico, mas em timbre está para algo totalmente novo quando adaptado para música popular.

Na música brasileira essa adaptação começou a ser observada nos anos de 1950 refletindo amplamente na discografia bossanovista e do que conhecemos como samba-jazz.

Você pode até imaginar que a execução é idêntica, entre o contrabaixo acústico e o elétrico criado por Leo Fender. Mesmo sendo quase que contemporaneamente a execução difere muito.

Ocorre que o contrabaixo acústico conserva peculiaridades, e o contrabaixista precisa estudar ambos se for do seu interesse ter essa flexibilidade. Tudo por se tratar de técnicas bastante diferentes.

O contrabaixo acústico não é temperado e possui posicionamento vertical, mão direita específica e disposição de alturas que dependem do desenvolvimento da percepção. Sem estudo um contrabaixista elétrico não necessariamente domina o acústico, e vice-versa.

O Brasil é um país muito criativo de fato, não criou o contrabaixo acústico é verdade, mas desenvolveu formas específicas de adaptar aos ritmos brasileiros.

Ao contrabaixo elétrico podemos destacar Nico Assumpção, Luizão Maia, Azeitona e Arismar do Espírito Santo.

Temos Sizão Machado, que é professor da nossa faculdade Souza Lima, que tanto se destacou como contrabaixista elétrico nos tempos de Sururu de Capote – a imensa banda do Djavan que o acompanhou em tantos discos. Quanto a seguir, Sizão dedicou-se substancialmente ao contrabaixo acústico e ao jazz e música improvisada.

Dos grupos, do agrupamento chamado Jazz Trio, o contrabaixo acústico é parte fundamental. E nesses grupos estão os primeiros contrabaixistas acústicos do Brasil, como Luiz Chaves –  do Zimbo Trio.

Sabá do Jongo Trio é tido por muitos como o pioneiro do contrabaixo acústico aplicado na música brasileira, quanto a forma improvisada de se tocar.

Para dominar um instrumento não basta estudar todas as suas técnicas, é preciso conhecer e reconhecer suas referências estéticas.

Nos dias de hoje os contrabaixistas preferem ser especialistas, é verdade. Temos um leque importante de instrumentistas que executam exclusivamente o contrabaixo acústico, e temos um leque importante de instrumentistas exclusivos ao contrabaixo elétrico.

O som do elétrico tem um ataque mais presente, ou seja, na medida que o instrumentista toca se percebe tanto o som grave, quanto a inflexão pinçada que o executou.

Por sua vez, no contrabaixo acústico o som tem muita presença e grave, só que com menos ataque. Justo parece abraçar instrumentações populares como o jazz trio, que já falamos, e o da Big-Band, como uma forma de equilibrar instrumentos que tem muito ataque, com instrumentos que fazem o contínuo, a ressonância ocorrer.

Você quer ser contrabaixista?

Vamos conhecer então o instrumento através de seu infográfico? A série SL Infográficos – é uma criação minha, João Marcondes, com design de Jean Forrrer. Aprecie!

 

Quanto a produção musical

Quando escolher um contrabaixo elétrico e um acústico?

Prefira um instrumento ou espécie de execução observando a necessidade do arranjo ou da composição. Se é para um frevo a resposta do contrabaixo acústico é mais lenta quanto a suas frequências, se é para um samba de andamento moderado, será perfeito.

Então para uma produção que precisa de mais ataques, o elétrico sempre será uma escolha melhor.

Vale ressaltar que embora sedutora, a ideia de escolher pelo visual pode ser muito ruim para um show. O contrabaixo acústico se comporta muito bem em palcos quase acústicos, desses minimalistas, para multidões, o elétrico é uma necessidade.

#VemProSouzaLima

Publicado em 8 de fevereiro de 2019, ampliado e revisado em 27 de agosto de 2020.