As características do Cavaquinho

As características do Cavaquinho

O Cavaquinho é uma pequena guitarra de quatro cordas, de origem moura, e tessitura de apenas duas oitavas.

Sua afinação estabelece uma tríade de sol maior (ré 293,6 hertz, sol 392 hertz, si 493,8 hertz, ré 587,2 hertz– de um som grave para um som agudo).

Sua altura mais aguda é um ré de 1174,4 hz.

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Como um instrumento acima do dó central, suas alturas tem pouco a oferecer quanto a duração. Lembre que quanto mais agudo, para um instrumento de cordas pinçadas, menos um som ocupará espaço no tempo.

Claro, existem algumas técnicas como o trinado que auxiliam a sensação de aumento da duração ao instrumento, mas o trinado é feito de uma série de inflexões sucessivas, ao contrário de um instrumento de sopro ou cordas friccionadas que são capazes de manter a duração por um período maior independente da altura e sem gerar uma nova inflexão.

Introdução

O cavaquinho foi introduzido no Brasil pelos portugueses na colonização, no século XVIII. É um instrumento amplamente utilizado nos folguedos populares em nosso país: da folia de reis ou reisado.

O cavaquinho, nesse caso, é utilizado para acompanhar as vozes. Sua afinação pode possuir uma combinação diferenciada, a mais aguda afinada em mi. Similar ao que encontramos no violão, porém uma oitava acima.

Cavaquinho não é ukulelê

No Brasil o cavaquinho se estabeleceu como figura fundamental do agrupamento típico do choro: o regional. Como instrumento realiza o “centro” – uma espécie de condução rítmico-harmônica realizada em conjunto com o violão.

A tessitura e afinação do cavaquinho obrigam dobras intervalares não usuais nos instrumentos harmônicos, de terças em tríades maiores e menores, de quintas justas.

O cavaquinho é um instrumento tão agudo que a interferência da série harmônica estabelece outros critérios para combinação de notas. E o que para alguns instrumentos e combinações de vozes é considerado erro, ao cavaquinho é uma característica fisiológica.

Então são comuns os acordes incompletos nas tétrades e um pensamento de sobreposição, estruturas complementares, estruturas altas.

Por exemplo: se agrupado a outras harmonias, enquanto o violão está tocando uma tétrade de dó maior com sétima maior, o cavaquinho se estabelece tocando a estrutura completa de um mi menor com sétima. A resultante não se modifica, a resultante é complementar.

No choro e no samba as tríades são primordiais por evocarem e favorecerem a questão rítmica da estrutura do acorde. Sons presos favorecerão a execução ritmada, em alguns casos podendo ser complementada pelo movimento de mão esquerda.

O Brasil ampliou a linguagem do instrumento, definindo técnicas e estratégias interpretativas que culminaram no brilhantismo de Waldir de Azevedo (1923 – 1980), um exímio solista e compositor brasileiro, que levou o cavaquinho a outro patamar no panteão da música mundial.

Waldir desenvolveu um extenso repertório característico, explorando toda tessitura, todos os recursos, o que consolidou os valores figurativos do instrumento. É um divisor de águas! Mas há no cavaquinho outros nomes fundamentais que seguiram ou ainda seguem contribuindo com o desenvolvimento do instrumento.

Valdir Silva, Paulinho da Viola, Luciana Rabello, Alceu Maia, Jorge Filho, Canhotinho!

Você conhece o cavaco? Inho é só para os íntimos! Todos esses acima citados, possuem muita intimidade com o cavaquinho!

Já leu nosso infográfico histórico do instrumento?

Mas primeiro vamos aprender mais nesse infográfico que preparamos especialmente para você. As características do cavaquinho! Fisiologia, gesto, posicionamento!

Texto e conteúdo de João Marcondes para design de Jean Forrer.

João Marcondes

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#VemProSouzaLima

Essa publicação foi atualizada em 30 de maio de 2022. Vamos em frente!

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