O Acordeom encontrou caminhos inusitados nas Américas, e em especial no Brasil.
De um instrumento para acompanhamento na música italiana, onde o instrumento moderno têm origem, em especial aos cantores, o acordeom já possui expressividade melódica, mas no Brasil adquiriu ritmos desses que definem o fazer musical brasileiro.
Por terras brasileiras a Tarantella italiana está restrita as festas típicas, e sobrevive sutilmente modificada nos arraiais de junho, das conhecidas festas juninas, que também abarcam os gêneros do forró: o baião, xote, xaxado e arrasta-pé. Nas mãos ritmadas do povo miscigenado brasileiro o acordeom renasceu.
No Brasil ou se aprendia acordeom ou piano, para a classe média do início do século XX. Época em que o acordeom foi considerado instrumento de aprendizado fundamental.
Ao povo a percussão e o violão sempre tiveram predileção. Da boemia.
Os horizontes de cada instrumento foram ampliados no Brasil, contribuindo massivamente com o fazer musical brasileiro. O Brasil não criou muitos instrumentos é verdade, mas tudo que emitiu notas em território nacional recebeu linguagem ampliadora – tecnicamente e estilisticamente.
E o Brasil que se reinventa a cada década possui uma linhagem no acordeom com Sivuca, Dominguinhos e Osvaldinho do Acordeom.
Mais recentemente ampliou-se a linguagem do instrumento no Brasil com Toninho Ferraguti – um acordeom que se relaciona intimamente com o jazz, e passeia por variações musicais impressionistas com sobreposições harmônicas entre as teclas da mão direita e os botões da mão esquerda. Que até perdem um tanto a questão rítmica de Luiz Gonzaga, fundador imortal do acordeom brasileiro, para apresentar as típicas harmonias da tradição musical brasileira – de Pixinguinha e Tom Jobim até Toninho Horta e Guinga.
Na última década o acordeom despertou o interesse de músicos jovens, que hoje na casa dos trinta anos estão iniciando a projeção de seus trabalhos artísticos.
INFOGRÁFICO
Vamos conhecer o instrumento, no infográfico especialmente criado para o BLOG Souza Lima, com conteúdo de João Marcondes, eu, que também assino o texto, para design de Jean Forrer.