Algum dia a profissão do músico será respeitada?

Algum dia a profissão do músico será respeitada?

Algum dia a profissão do músico será respeitada?

Bom, estamos falando do Brasil, e na minha opinião, a profissão do músico por aqui nesses moldes jamais será respeitada.

Percebi isso ainda no colégio. Estava no terceiro ano do ensino médio, e modéstia a parte era um bom aluno, e a professora de português me perguntou que curso pretendia como faculdade. Resposta rápida: música, sem dúvidas. E a professora respondeu tão rápido quanto: Que desperdício!

Naquele momento entendi que os problemas com a profissão do músico saiam dos conflitos familiares para uma observação pública. Havia um preconceito latente quanto a profissão que escolhi, e eu desconhecia o fato até então.

E olha isso!

Por outro lado, um professor de música de quando era adolescente, confessou muitos anos depois que duvidava que de fato eu me tornaria profissional da área – segundo ele pela profissão dos meus pais. 

Na visão dele o que falou foi inofensivo, mas não foi, me deu mais garra, e redobrou meu foco. Faz dez anos que ele me falou isso. Ele desconhecia minha fibra e luta. Planejamento e convicção. Ele segue na mesmice, e minha carreira avança dia a dia.

Meu pai é médico, com quatro irmãs, meu avô decidiu estudar em um curso diferenciado apenas o filho homem, nunca foi empecilho na escolha da minha carreira. Minha mãe, professora do estado de física e matemática, e no final da carreira como educadora cursou direito, e hoje é advogada, também nunca se opôs. Apenas não sabiam o percurso dessa jornada, o que é natural.

Percurso e jornada

E aí chegamos ao ponto. O que leva a profissão do músico não ser respeitada é justamente o desconhecimento do percurso e da jornada, e para ser correto com outros textos que já refleti a respeito, também pela ignorância com as áreas em que o músico atua.

A minha avó, uma dona de casa, mãe da minha mãe, meu avô mecânico de automóveis, esses sim desprezavam a música como profissão. A ponto de quando estava para terminar meu mestrado aos 24 anos, minha avó me questionou quando faria faculdade, eu respondi que estava terminando o mestrado, e ela, devolveu algum curso de verdade.

Verdade para simplicidade dos meus avós era medicina, direito, pedagogia, engenharia, arquitetura, essas coisas. E para mim verdade é o que move meu organismo.

Eu respiro música diariamente, eu como música, eu durmo música.

Em plano governamental, nunca tivemos um presidente tão inimigo da cultura – considerando-a uma ameaça. Então, nós musicistas estamos em um momento ruim, e nesses moldes a profissão do músico nunca será respeitada.

#VemProSouzaLima