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Quero ser Músico Entrevista: Mario Cunha

Quero ser Músico Entrevista: Mario Cunha

Na terceira entrevista da série, hoje o Quero ser Músico divide as experiências do Professor Antonio Mario da Silva Cunha – diretor, fundador do Conservatório e Faculdade Souza Lima, que se destaca pela atuação empreendedora em 41 anos de uma instituição reconhecida internacionalmente, o Souza Lima!

Como empreender na carreira de músico? Como transformar um trabalho embrionário em algo grandioso e reconhecido?

Poucos sabem que o Professor Mário, como prefere ser chamado, foi o primeiro educador do Souza Lima, iniciando a escola lecionando em uma única sala. E hoje divide atenção dirigindo a faculdade, curso técnico, cursos livres, e em outros pólos.

Hoje aqui no meu blog, eu João Marcondes, trago a carreira inspiradora de quem empreendeu no ramo da educação musical.

ENTREVISTA

Nome: Antonio Mario da Silva Cunha

Cidade Natal: São Paulo

Ano de Nascimento: 1959

Instrumento: Piano, órgão eletrônico e acordeom

Formação Acadêmica:  Bacharelado e licenciatura em educação artística na Faculdade Marcelo Tupinambá

Formação Livre: Conservatório Marcelo Tupinambá

1)Em que ano iniciou sua atuação como músico profissional?

Como músico a partir de 1975 como pianista e como professor a partir de 1981

2) Quais áreas já atuou diretamente como músico profissional?

Como pianista e organista atuei em concursos e concertos por diversos teatros e clubes, além de trabalhar efetivamente com o setor de festas, casamentos e eventos corporativos. Também atuei como regente de coro em igrejas. E também como professor no inicio das atividades do conservatório Souza Lima – lecionando piano erudito, órgão eletrônico, acordeom, teoria e Coral.

E desde o início do Souza Lima exerço o cargo de diretor/empreendedor.

3) Como foi a decisão de empreender em educação musical?

Eu havia terminado o período do serviço militar e regia o coro militar todos os dias pela manhã e isso me motivava a realizar ações com um número grande de pessoas e tive a oportunidade de ser convidado pela minha Professora de Orgão eletrônico Annita Salles para ajudá-la em sua loja de instrumentos musicais.

Em meio a saída abrupta da Professora Annita Saller da loja devido a uma mudança de cidade, fiquei com a casa locada para facilitar a operação da sua saída e  nesse momento adquiri o nome conservatório SOUZA LIMA iniciando o meu trabalho como diretor e empreendedor da área musical.

4) Qual a principal contribuição que sua formação acadêmica ofereceu para as atividades de empreendedor que exerce?

A vivência na faculdade Marcelo Tupinambá como aluno, presidente do diretório acadêmico e ainda secretário foi a oportunidade  que  tive de conhecer os caminhos da  gestão administrativa e acadêmica.

Como gosto de me dedicar e muito ao que faço, iniciei uma busca incansável de oferecer o  meu melhor a comunidade musical. Algo que perdura por 36 anos (desde a fundação do Souza Lima).

Com certeza, estudar música, viver de música e sobre tudo ensinar música é minha missão. E por mais de 20 anos as experiências me trouxeram a sabedoria para atuar como diretor e empreendedor cultural. Sou um entusiasta da formação e informação musical.

5) Partindo de sua experiência, e do coletivo de professores que atuam em sua instituição: Como realizar o direcionamento inicial, estabelecimento e consolidação, para a atividade de educador musical?

Pensando sempre grande e abrangente, criando condições e situações favoráveis às mudanças de costumes e utilizando as facilidades do uso que a tecnologia  nos apresenta. A manutenção de uma escola bem equipada e com metas definidas e revisadas constantemente são fatores significativos para o direcionamento.

Unindo isso com a experiência de muitos anos onde atravessamos períodos com as já conhecidas conturbações econômicas, sociais, politicas  e culturais que nos são impostas todos os dias  compõem novos desafios diários que temos de vencer para nos consolidarmos.

Ressalto a importância do trabalho em equipe, do compromisso coletivo e do intelectual apropriado para a atividade é um fato determinante para a estratégia e incursão educacional  no  mercado como um todo.

6) Quais características o músico deve ter para empreender no ramo da música?

Sobre tudo foco e determinação, pois, é uma área singular e muito personalizada.  Para obter resultados positivos precisamos de compromisso com a educação musical e em especial com a formação acadêmica.

7) Como a disciplina de instrumentista contribuiu em sua consolidação e atuação empreendedora?

Todos os dias, temos de nos esforçar e nos dedicarmos ao estudo da música ou ao ensino da música, pois, somos chamados para diversos temas no dia a dia, mas tendo em mente o treino e a capacidade de absorção e a capacidade de discernimento do que é de fato importante para a empresa/escola ou ainda para o músico/professor, exerce-se  diariamente com muita disciplina e metas. São lições similares.

8) Partindo de uma visão acadêmica, como avalia a formação universitária oferecida aos estudantes no Brasil ao que se refere a preparação para o mercado de trabalho do músico profissional? O músico graduado está preparado a gerir uma carreira tão diversificada?

Sim. Mas o mercado tem variações enormes, de acordo com o seu momento histórico e por isso, creio que devemos reciclar e buscar novas alternativas para a formação do cidadão músico dia-a-dia.

Devemos reforçar cada vez mais o comprometimento com o talento e conhecimento para auferir melhor resultado. E se cada vez mais o mercado forma  músicos bacharéis ou ainda licenciados, com certeza, valorizando esse mercado de atuação do músico com a formação acadêmica e utilizando de recursos, pode hoje fazer a diferença nos vários desafios da sua vida e da diversificação – desde aulas, ensaios até shows, concertos e eventos.

9) Como sua experiência adquirida com a prática e gestão empreendedora poderia contribuir com a formação dos novos músicos do Brasil? 

Creio que todas as atitudes e ações que tomar na sua vida dedicada a música, devem ser em busca de realizar algo nobre para a gestão de sua carreira e assim sendo, o que posso dizer, é que devemos ficar sempre atentos as novas perspectivas e possiblidades de realizações e tornar seu projeto único e valioso e com certeza, o sucesso  virá.

O meu maior legado é o exemplo disso e a dedicação que entrego a minha gestão, operação e ainda visto  recentemente no empreendimento que acabo de realizar na unidade do Souza Lima Paraíso para oferecer sempre o meu melhor. Esse é o ponto. Fazer sempre o seu melhor.

10) Qual a importância de diversificar dentro das áreas de atuação do músico profissional? E essa diversificação, em sua visão, se compara as ações de uma empresa?

Nos dias de hoje, somar é essencial e por isso, devemos estar prontos para ser um instrumentista ou ainda professor e ou ainda, desenvolver sempre mais do que uma carreira dentro da música.

Sabemos que temos muitas oportunidades, vários segmentos e ou carreiras a seguir dentro da atividade de música profissional, que vão desde o instrumentista, copista, arranjador, compositor, produtor e até mesmo regente ou maestro e por isso, o preparo, o estudo, a dedicação, a experiência e a busca pela excelência são fundamentais para a evolução. E que seja de sua carreira ou ainda para sua empresa.

 

Caríssimo amigo Antonio Mario da Silva Cunha agradeço a entrevista. 

A contribuição com uma nova geração de músicos profissionais, melhor formada, mais informada, é um legado que com certeza temos em comum.

Grande abraço

João Marcondes

Entrevista realizada por e-mail em 20 de maio de 2018.