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Quem tem medo da música sertaneja?

Quem tem medo da música sertaneja?

Quem tem medo da música sertaneja?

Pode ser até coincidência ao momento que o agronegócio estabeleceu protagonismo no Brasil o estilo da música sertaneja ter se tornado igualmente protagonista. Mas aí os músicos profissionais de outras áreas precisam desqualificar esses artistas?

As relações comerciais estão intimamente relacionadas ao investimento artístico do centro do mercado fonográfico. Por gosto do investidos? Pode até ser, mas que não desqualifica uns e outros artistas que estão há anos na estrada, e que tem muita qualidade.

Quando falo sobre, já penso em Michel Teló – um bom músico, instrumentista de qualidade, e que conseguiu se estabelecer no centro do mercado fonográfico. Um artista do mercado fonográfico pode surgir por um talento incontestável, e manter-se em evidência custa investimentos constantes em divulgação. E de onde vem esse investimento?

O agronegócio é parte disso, com toda certeza. Mas o talento depositado em cada artista também é fundamental.

Bem, o investimento é crucial, já falamos disso!

Investe quem pode, correto? Errado é desmerecer o que faz sucesso quantitativamente. O que se estabelece como protagonista em uma cena musical de entretenimento também possui suas qualidades.

Particularmente eu vejo valor em todos os estilos e gêneros, comerciais ou não comerciais. Conheço trabalhos ruins não comerciais e trabalhos bons que nasceram com intuito comercial!

Claro, como em todo estilo há personagens menores tratados como grandes. E vice-versa!

Mas há personagens de qualidade incontestável, e que se são contestados define-se por um preconceito latente de quem se vê maior por se dedicar a música considerada mais artística. (Ou de quem não consegue separar uma audição de predileção em detrimento ao seu gosto).

Reconhecer cada valor é parte de reconhecer o Brasil como um todo! Repleto de matizes e matrizes variáveis. Viva a Música Brasileira!

Tecnologia

Enganações tecnológicas também estão em produtos considerados mais artísticos. Beleza? Enganações tecnológicas estão em produtos considerados comerciais tanto quanto!

Mas o que se faz ao vivo, desplugado, é outra coisa. E infelizmente nada na música é tão fiel. O famoso bordão “quem sabe faz ao vivo” plugado também possui suas variações e picaretagens.

Hoje se afinam vozes demasiadamente, a ponta de não sabermos quem de fato canta.

E aí? Quem é quem nessa roda viva?

Quem tem medo da música sertaneja pode ser enganar.

Eu prefiro ouvir e ver. Rever e avaliar. Dar oportunidades para audição. E eu tenho minha preferência. Todos temos. Mas isso não interfere em ouvir qualidade em todos os gêneros e estilos possíveis.

Eu não tenho medo da música sertaneja! Olha eu aí ao violão, com arranjos e direção musical minha para uma dupla de música brasileira com predileção a música caipira, é verdade!

Sertanejo produzo também, basta chamar e ter condição de realizar!

#VemProSouzaLima

Opinião

As faculdades de música popular ignoram o mercado fonográfico central. Não preparam seus estudantes para atuar com artistas que hoje dominam o mercado fonográfico. Formam-se bacharéis em música, que tocam jazz, que são artistas de jazz, mas para uma cena musical irrisória.

Quantas casas de show existem que tocam jazz e que podem garantir o sustento das centenas de graduandos em música popular, cegos para o mercado fonográfico de fato?

O músico precisa estar pronto e atuante para quaisquer necessidades. Estar pronto para interagir, estar pronto para trabalhar, para escrever um arranjo, para compor, para tocar.

Um músico atuante não pode se privar do centro do mercado fonográfico, ele tem que fazer questão de estar presente, e ter seu rendimento associado a esses trabalhos.

Cobre isso da sua instituição de ensino, ou faça isso, e será premiado com músicos atuantes de fato.

Publicado em 16 de março de 2018, revisado e ampliado em 30 de janeiro de 2020.

#VemProSouzaLima