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O que aconteceu com o Rock no Brasil?

O que aconteceu com o Rock no Brasil?

A música brasileira passa por um novo ciclo: o ROCK perdeu aquele protagonismo que obteve desde a década de 1980. Mas afinal: o que aconteceu com o Rock no Brasil?

Não produzimos nada novo depois da fase emocore da primeira década desse século XXI, isso é verdade.  E a representatividade comercial do rock parece em um declínio irreversível.

Mas pense bem, a música brasileira se estabelece por ciclos. Na década de 1980 o ROCK Nacional, forma abrasileirada de realizar esse estilo internacional, lançou artistas impressionantemente criativos e muitíssimo representativos.

Há sem dúvida um vácuo criado pela ineficiência de uma nova geração, mas isso é apenas uma parte dessa questão tão profunda.

Na década de 1980

É impossível questionar Cazuza e o Barão Vermelho, os Titãs como banda lançou artistas solo do calibre de Nando Reis e Arnaldo Antunes (minha preferida!). É impossível questionar a Legião Urbana, e toda a geração brasiliense com Paralamas do Sucesso e Capital Inicial. Ainda os Engenheiros do Hawaí, a banda Nenhum de Nós, Ultraje a Rigor, Kid Abelha e Blitz. E ainda temos: Lulu Santos.

O Rock já havia alimentado diretamente a música brasileira em fenômenos como Raul Seixas, Secos e Molhados (grupo muito importante!) e Rita Lee. Indiretamente com toda geração Clube da Esquina, uma forma rock de se desenvolver música, ainda na década de 1970. São precursores.

A década de 1990

Como se não bastasse a geração 1980, nos anos 1990 trouxemos no Brasil novidades incríveis como Skank e Cidade Negra, que faziam um reggae que dialogava, até mais a primeira banda, com o Rock.

A seguir Charlie Brown Jr. e O Rappa, o fenômeno Planet Hemp de Marcelo D2. E para finalizar a década Los Hermanos. Sem esquecer da Nação Zumbi, e Chico Science. Impressionante!

E como se não tivéssemos chegado ao ápice podemos falar da incrível Cássia Eller – que nos deixou tão precocemente, e do Jota Quest – rock groove, funk soul.

Isso ainda fingindo esquecer o Sepultura! Ou Angra (que elevou seu guitarrista para as alturas, hoje compondo o Megadeth, Kiko Loureiro, que já foi nosso entrevistado)! Ou Dr. Sin! E do Rock humorado dos precoces (e saudosos!) Mamonas Assassinas?

São muitas vertentes do ROCK em nosso país!

Fato que de repente o Rock Nacional, um protagonista dessas décadas, nesse final da segunda década do século XXI parece retornar ao underground. Sumiu completamente? Não! Ao menos da mídia?

Sim. A mídia funciona a base de dinheiro! Qualquer uma delas, sociais, ou comerciais!

Mesmo a internet já ingressou no modelo do Jabá – que divulga e promove mais quem paga, mais quem mais investe, do que quem promove algo novo, ou possui a arte como modelo.

Há coisas que viralizam! Por qualidade, espontaneidade e novidade. Mas são poucas. E você pode até surgir! Mas como se manter em voga? A manutenção depende de investimento.

E parece que o agronegócio, que detém poderio econômico incontestável, estabelece predileção a outro gênero musical – o que é natural.

Veja bem não há problema. Há dois tipos de música – a boa e a ruim, e há coisas boas em todos os gêneros. São apenas meios de comunicar questões humanas.

Fato também inegável é que diferente das gerações que cresceram nas décadas de 1980 e 1990, a preferência dessa geração que hoje é adolescente, está em nomes internacionais. E até de games.

Pense aí em sua banda favorita? É uma banda da Noruega? Japão, rock com anime? Ou da Noruega, um rock viking? Efeito da globalização, herdeira da internet.

O Rock Nacional entrou para o grupo da Música Brasileira que chamam por aí de MPB (o que é bem estranho), que também regressou aos guetos do Brasil, e muito antes disso! Retornar aos guetos me parece bastante atrativo! Ou não?

Já já alguém compõe “Não deixe o Rock morrer, não deixe o rock acabar” – parafraseando certo samba de outrora! Ou tomara que não acabe na academia, como toda música que parece morta ou em um beco sem saída.

#VemProSouzaLima

Aqui tem práticas de banda de estilo Rock! Saiba mais!

Publicado em 24 de fevereiro de 2018, ampliado e revisado em 25 de junho de 2021.