01 dez Como criar um arranjo?
Como criar um arranjo?
Primeiramente é importante ressaltar as diferenças entre produzir um arranjo e uma adaptação. Simplesmente pegar uma obra de outrem e repetir cada detalhe adaptado para uma nova instrumentação ou para um novo instrumento definitivamente não é criar um arranjo.
Adaptar uma obra para outro agrupamento passa longe de ser demérito, mas é preciso pontuar o que de fato é cada uma das ações.
Arranjar é criar nova experiência a partir de um material de outrem ou próprio. Essa experiência está acima da instrumentação desenvolvendo-se, por exemplo, nas perspectivas de camada ao conceber um contracanto – uma melodia que responde a primeira camada, ao que se considera principal.
A experiência do arranjo também está na consolidação da forma, produzindo uma introdução nova, um interlúdio ou solo, uma finalização. Constituir convenções, produzir outras experiências estéticas com uma nova harmonia.
O passo a passo para criar um arranjo começa com uma transcrição adequada da obra que se pretende realizar. A seguir produza um mapeamento da forma definindo a espécie de introdução que se pretende desenvolver, tanto quanto se haverá seção instrumental – quando estamos produzindo algo que é pela totalidade ou quase que a totalidade fruto de música vocal. Finalize planejando a finalização que a obra pretende utilizar.
O segundo momento define a instrumentação que se pretende atuar, e por si as técnicas específicas dos instrumentos compostos do agrupamento desejado.
Por exemplo: violão, chocalho, tamborim, contrabaixo acústico e flauta transversal, acompanhando uma voz feminina.
Que instrumentos cumpre cada uma das camadas? Quem é protagonista, antagonista ou contínuo? A instrumentação precisa ser cruzada com a forma.
Na introdução o violão será protagonista, a seguir a voz assume esse papel, e ao longo da obra a segunda camada será realizada pela flauta transversal. Ao fim, flauta e violão são protagonistas na finalização.
E a instrumentação?
Na instrumentação é importante observar a perspectiva da audição humana entre 20 hertz e 20000 hertz (20khertz) escolhendo instrumentos que ocupem cada espaço de frequência de maneira adequada. O cuidado para que cada espaço de frequência seja bem ocupado é primordial.
Pronto! Mãos a obra, chegou a hora de escrever. Um arranjador desenvolve escrita precisa, preocupe-se com as tessituras explorando ao máximo sua criatividade.
Costumo dizer que é melhor trocar o instrumento do que cercear o processo criativo com uma preocupação demasiada em instrumentação, que mais inclusive ocasionalmente criar as linhas melódicas para depois definir a instrumentação.
Isso é parte do que estudamos no curso técnico de Processos Fonográficos – Ênfase em Produção Musical do Conservatório e Faculdade Souza Lima. Experiência amigos, eu possuo cerca de quinhentos arranjos publicados no mercado fonográfico brasileiro. Vamos estudar! Saiba mais aqui!