06 nov Como memorizar uma música?
Como memorizar uma música?
Muitas atividades que realizamos como músicos profissionais dependem de memorização de longos trechos melódicos, harmônicos e rítmicos.
Um concertista tocará de memória sua participação em um recital, não é verdade?
Há regentes que atuam, na condução e interpretação, com uma orquestra tendo a peça totalmente memorizada. Peças que ultrapassam trinta minutos! Não é mesmo?
Então se você nunca viu um regente atuando de memória, procure no youtube alguns vídeos, e aquela progressão harmônica que você ainda não conseguiu memorizar vai parecer o grupo de vogais.
Um artista de música improvisada apresenta continuamente as variações de sua obra, conjuntos e sonoridades planejadas sem seguir um mapa, utilizando técnicas de memorização.
O que é mapa?
Concerne: A partitura é um mapa, que apresenta as variações de altura e duração na música popular (timbre ao identificar o executante), e ainda de expressividade e timbre – como variação na emissão de uma nota em uma partitura para a música erudita.
Como atuar para ativar o processo de memorização?
A prática da memorização se iguala a de sua primeira aprendizagem. Embora haja procedimentos específicos para tal, é notório para a memorização reunir os valores rítmicos, melódicos e harmônicos, como objetivo final.
Primeiro é preciso afirmar que um trecho musical mal executado nas primeiras oportunidades de prática musical são memórias. Infelizmente nosso cérebro aprende invariavelmente os movimentos, e sem a consciência do que está certo e do que está errado, fixa, aprendendo erros! Isso mesmo!
Cuidar da primeira impressão sobre uma obra é fundamental.
No processo de memorização podemos construir separando os valores:
- Memorize a melodia objetivada sem utilizar o instrumento. Intuitivamente, cantando internamente ou emitindo os sons. Faça isso ouvindo algumas gravações, auxiliará, por exemplo, a seguir, na melhor interpretação. Se você consegue entoar toda melodia ou ouvi-la internamente, será fácil memoriza-la na mecânica de seu instrumento.
- Enquanto isso estude os movimentos muito lentamente. As sinapses ocorrem quando estamos produzindo informação. Como vimos não sabemos diferenciar o que está certo e errado nas sinapses de primeiro aprendizado. O primeiro passo fisiológico perfeito é fundamental. Um erro pode ser memorizado, esse é o ponto. Por isso é fundamental equilibrar percepção e gesto.
Você nunca se pegou errando sempre no mesmo lugar? Pois é!
- É de suma importância tocar do começo ao fim corretamente, para que se aprenda perfeitamente. E lentamente colaborará para que as sinapses ocorram de forma correta. Nesse processo tenha muita paciência. Toque lento e progrida ao andamento estabelecido pelo compositor de pouco em pouco.
Nesse processo descarte a preocupação rítmica, e assegure a fisiologia como fundamento central. O ritmo está sendo aprendido oralmente.
- Identifique e analise o fraseado melódico, e estude-os separadamente. Unindo agora a melodia memorizada intuitivamente no primeiro processo, e a mecânica estipulada no segundo processo.
- Identifique e analise as cadências harmônicas. As formas. E as melodias contrapontísticas, se houverem.
- Ao improvisador, identifique as variações harmônicas, acordes e as escalas que se propõe utilizar. Também progressivamente.
- Para o improvisador estude os ciclos harmônicos. Estude a função das notas. E lembre-se de praticar em todas as tonalidades. Principalmente aos músicos que trabalham com criação em tempo real.
Eu, particularmente, memoriza mais rapidamente se sei cantar a obra. Aprendi esse conceito com um professor de regência orquestral, Maestro Dario Sotelo, no curso que realizei parcialmente no Conservatório de Tatuí nos anos 2000.
Cantar as linhas guias cravando o fraseado de maneira determinante. Reforçando cada pequena variação de modo a compreender timbres.
Vamos lá?
Já conhece nossa série de dicas? Essa é a de número vinte e um! Faltam apenas cinco para concluir essa série!
Publicado em 20 de abril de 2018, ampliado em 5 de novembro de 2020.