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Composição popular se ensina?

Composição popular se ensina?

Sim, composição popular se ensina.

Há valores claros que podem ser apresentados metodologicamente em pauta ou no plano da ideia para a consolidação da composição popular. Seja no plano intuitivo ou para algo mais cognitivo, composição se ensina, e muito bem ensinado.

Eu leciono o curso Composição: Letra e Música no Conservatório e Faculdade Souza Lima, que também mantém esse blog, e neste programa que já contou com mais de 120 estudantes em cerca de dez anos de programa, percebi evoluções notáveis, e o desenvolvimento composicional.

E é preciso tocar um instrumento para compor?

Não. Há grandes compositores da música brasileira que não tocavam instrumento algum. Claro, auxilia, mas não é fundamental. Adoniram Barbosa, Batatinha, Wilson Batista, são bons exemplos de compositores que não tocam sequer um instrumento.

E quanto ao texto, escrever letra também se aprende?

Quanto a criação do texto para uma melodia pré determinada, existem técnicas que contemplam a criação organizada baseada na análise auditiva de frases melódicas, da prosódia da língua e da aplicação dos fonemas contra notas que otimizam o processo criativo.

Contextualização é a principal técnica – e consiste como um estudo sobre o tema, como um artista plástico estuda mãos, olhos, pés, detalhes de cada cena, para depois compor o todo que é sua obra de arte, no caso da letra, criamos sonoridade de palavras, métrica de frases, ideias gerais, que formam o texto principal.

E a melodia?

Do desenvolvimento melódico tanto para a criação empírica quanto a engajada em valores da partitura, a criação pode ser elevada por estratégias da composição como a transposição real e diatônica. Apenas músicos se recordam de uma composição pela harmonia. O ouvinte rememora a excelente melodia.

Repare que só agora se falou em harmonia. Passo este que pode ser realizado por harmonização. Ou ainda por clichês harmônicos. E que podem sequer fazer parte do processo criativo.

Nesse caso podemos discutir a técnica dos espelhos e principalmente o conceito de transposição diatônica.

A composição popular a priori parte de uma melodia interessante.

Um curso de Composição Popular contempla a criação conjunta. Do encontro de um poeta com um Músico – ou melhor do reencontro da poesia e da música.

Todas as variações da composição que se dá do conhecimento e análise dos gêneros, são passíveis de uma organização programática para um curso de Composição.

Com temas claros e propostas para criação, havendo fundamento e organização.

Vamos em frente. Aprender e ensinar composição explorando o diferencial que é peculiar ao indivíduo.

A criação organizada otimiza o processo e valoriza o compositor que poderá atuar com trilhas. Com canções para o mercado fonográfico.

Criar compositores?

Não diretamente. Organizar os recursos auditivos adquiridos na vida. Afinal a composição faz parte de um processo de experiência estética. E dessa experiência estética promover criação.

Se é para um samba um baião, o que quer que seja, usamos elementos do ritmo para musicar, como a condução, a clave e a marcação. O equilíbrio desses elementos confere sorosidade para a composição.

Para cravar é preciso conferir que composição não é DOM, é prática, é estudo, é dedicação. Tom Jobim afirmava acordar diariamente no mesmo horário para cumprir seu ofício de compositor, dedicando-se para suas ideias, para seus delírios composicionais. Se é uma prática, é um estudo, se é um estudo pode e deve ser ensinado por diferentes perspectivas.

A ideia de ser algo para escolhidos beneficia estranhamente uns e outros, que escondem até mesmo suas práticas.

Vamos em frente! Quer estudar Composição Letra e música? Conheça o programa que desenvolvi! Saiba mais aqui!

No segundo semestre de 2020, o programa será exclusivamente por transmissão.

#VemProSouzaLima

Publicado em 4 de maio de 2018, ampliado e revisado em 22 de julho de 2020.