25 set Quando precisamos ser autodidatas em música?
Aprendizado e Autoavaliação – Quando precisamos ser autodidatas em música?
Aprender a aprender em determinado estágio do nosso desenvolvimento é um processo fundamental, embora, seja importante ressaltar que em determinadas situações do aprendizado a autoavaliação é uma armadilha perigosa ao seu desenvolvimento.
Uma dica importante é a de manter o hábito de registrar as etapas de estudo como um excelente processo autoavaliativo. Em vídeo ou apenas em áudio. Muitas vezes não percebemos o quanto estamos evoluindo, e os registros nos amparam com essa percepção.
Realize a apreciação em médio prazo também, diariamente parece relativo, para não criar neurose. A percepção de evolução pode demorar, e a comprovação em um registro semanal, por exemplo, faz bem ao desenvolvimento se observado de três a quatro meses depois.
O diário é de evolução pontual onde escorre aos dedos, e pode afligir.
Quando a autoavaliação confirma uma procrastinação do desenvolvimento está na hora de consultar um outro músico, que atue como orientador colaborativo, um professor pontual e independente do estágio de sua carreira.
Professor pontual
Esse professor será capaz de oferecer uma visão externa a situação técnica, de interpretação, ou criação. Uma espécie de consultor.
Na música por questões exacerbadas da vaidade limitam-se as experiências de troca. Isso é péssimo. São habituais os contatos entre poetas, escritores, arquitetos, advogados, médicos, com intuito de enriquecer e progredir em pensamento. Propor uma outra visão. Pontuar o que é preciso melhorar.
Há na história da poesia textos famosos que sofreram interferências de outros poetas, como solicitação do autor, para desenvolver algo único. Nesse caso a proposta é a mesma.
Na música foram criados bloqueios quanto a colaboração. Como se a consulta diminuísse o que somos.
Avalie procurar uma pessoa de confiança a cada momento de bloqueio. Experimente.
Há músicos que dividem e aconselham por considerar essa prática fundamental. Mas há os que consideram a prática imprópria por considerar que uma consulta retira de si um trabalho – que poderia ser seu. Ledo engano. É uma ideia equivocada sobre as experiências que a troca entre músicos propõe.
Quanto mais propomos interação, mais aprendemos, mais nos desenvolvemos e contribuímos com a atividade do músico profissional.
Uma consulta concedida oferece uma nova visão. Um ensaio. Algo que instiga. Algo que alimenta. E se estabelece como uma via dupla de aprendizagem.
O viés é favorável por estabelecer remuneração. Essa atenção dada por um músico não será gratuita. Essa consulta tem um valor remunerado. Mesmo que mínimo em importância compõe um afazer do músico profissional.
Situação
Imagine uma peça composta por um autor, que ele mesmo vai interpretar. Está há meses tocando, e decidi registrar o trabalho. Como está envolvido com todo processo acaba por não perceber possibilidades fragmentadas que deixou de explorar. Aí se confirma a necessidade de uma consulta a outrem.
E esse outro músico traz revelações sobre uma nova perspectiva musical.
Como não valorizar uma ação como essa? É fundamental.
Vamos em frente! Estou fazendo uma autoavaliação!
Já leu as demais dicas! Aproveite!
Iniciamos agora a segunda metade das 26 dicas previstas, que compõe a série colaborativa ao futuro músico profissional, esta série mudou de nome é verdade, são vários textos próprios, mas que estão alinhados em um termo chamado TOQUE DE QUEM TOCA. Se gostou desse procure por esse termo, que são 26 dicas. Aqui ainda temos entrevistas, e outros apetrechos para contribuir com sua formação.
Todas as dicas estão disponíveis e tanto como de costume estou a disposição para esclarecer questões pontuais por e-mail. Isso tem sido enriquecedor! Participe.
Estou a disposição. Escreva para joao.marcondes@souzalima.com.br
O conhecimento é um caminho sem volta, mas precisamos saber quando precisamos ser autodidatas em música.
Viva a música!
#VemProSouzaLima
Artigo publicado em 30 de março de 2018, ampliado e revisado dia 24 de setembro de 2020.