01 set Quero ser artista na música
Quero ser artista na música
Infelizmente a palavra artista desvirtuou-se no passar dos séculos, das décadas, e ultimamente ano a ano, o termo encontrou seu fim.
Como usar a palavra “artista” para designar um fenômeno popular do século XXI, um personagem de “Reality Show” e ao mesmo tempo aplicá-la para Michelangelo, Da Vinci, Beethoven, Bach, ou Tom Jobim?
Das artes para o mundo de hoje?
Michelangelo esculpiu uma cena bíblica em uma peça única de mármore no século XV. No campo das artes o trabalho com mármore é algo muitíssimo complicado, cuja sensibilidade transcende o tempo gasto.
Poucos artistas escultores ousaram atuar com mármore, danificada facilmente no processo de esculpir, apenas um erro com a matéria prima faz com que tudo esteja perdido, o artista precisa bem mais que talento, precisa de técnica. Mas ali está um artista.
Quanta técnica Michelangelo precisou no desenvolvimento da obra Pietà?
Quanto tempo levou? Qual dedicação precisou? Horas? Dias? Meses? Anos?
Aqui se procura observar não apenas o tempo que levou de fato a obra, mas quanto tempo levou para conquistar a técnica necessária para tal êxito?
Todo músico é artista?
É muito complicado chegar a um consenso sobre o que é ser artista sem esbarrar em questões pessoais, e até gosto. O que preferimos ouvir? O que preferimos reconhecer como arte? Ser músico, organizar ou reproduzir os sons nos faz artistas? O que forma um artista?
O artista no emprego histórico da palavra é fruto de conhecimento.
Em música a prática concede valores interpretativos e fisiológicos para a organização dos sons.
Como ouvintes esperamos do cantor: domínio técnico, expressividade, criatividade, (para alguns ouvidos) afinação, presença e comunicação de palco…
Para o instrumentista solista se espera perfeição nos movimentos, criatividade, expressividade, técnica, comunicação!
Ao compositor, arranjador, e produtor, esperamos criatividade, renovação dos alicerces e um fonograma.
E para o regente, esperamos conhecimento estilístico e interpretativo, dinâmica e expressividade.
Então, do artista esperamos que o conjunto de valores comunique?
Se proclamar artista em música pode ser uma tarefa fácil ou muitíssimo difícil. Tudo isso por depender do quanto queremos nos aprofundar, o quanto queremos nos desafiar, o quanto queremos prosseguir, o quanto queremos recomeçar.
Escolha um caminho e procure o limite, parece bom, ou a melhor orientação.
O artista, na minha opinião, é aquele que atinge e amplia limites através das artes a partir daquele que fez com primazia. Ou seja, mesmo que rompa com a arte que o antecedeu, de certo modo é prosseguimento.
Quer ser artista na música?
Se especialize em um instrumento, saiba criar, produza, componha ou arranje. Avalie o que suas referências artísticas já fizeram, estude-as, e prossiga ou faça tão bem quanto.
E lembre que você pode passar a vida sem ter reconhecimento, e isso não pode tirar você do caminho. Normalmente um artista em seu fazer profundo está preocupado com outras questões que não esta. Do Jazz, da canção, do fazer musical brasileiro, da música erudita, cada um com sua proporção, e isso deve bastar.
Está pronto para fazer muito por uma obra sem esperar nada em troca?
O artista do entretenimento ou o artista na música?
Se você espera ser “artista” dos dias de hoje, que foge ao ensejo original da palavra, também não espere pouco trabalho.
O entretenimento cobra renovação e abandona facilmente seus modelos de arte.
Lembre bem de quem o Mercado Fonográfico abraçou nos últimos dez anos, a lição está aí. O que fica? Algo permaneceu? Quem? Como ocorreu a repercussão dessa obra? Ela resistirá ao tempo?
Normalmente artistas do mercado fonográfico central são formados por um aporte financeiro grandíssimo. Divulgação em mídia. Pesquisa de nicho comercial. Você pode até se tornar um fenômeno da internet, mas entretanto, para manter seu trabalho em voga precisará muito mais que dedicação.
Vamos em frente! #VemProSouzaLima para ser artista na música!
Você já conhece as postagens do Quero ser Músico?
Texto publicado em 15 de janeiro de 2018, ampliado e revisado em 01 de setembro de 2020