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Como escrever uma partitura quanto a duração? Parte 2

Como escrever uma partitura quanto a duração? Parte 2

Em primeiro lugar para continuar a questão “Como escrever uma partitura quanto a duração?”, você já leu a primeira parte? Não se esqueça que precisamos reconhecer e identificar os valores do que é teoria musical.

A métrica foi identificada no processo estabelecido na primeira postagem?

Vamos falar então do signo ou fórmula de compasso – um símbolo que sucede a clave em uma partitura, composto de dois números estabelecidos entre a primeira e a terceira linha, e a terceira e quinta linha.

O número superior é conhecido como numerador, ou como particularmente prefiro quantificador – àquele que define a métrica. A quantidade de tempos que ocorrerem em um compasso.

O número inferior é conhecido como denominador, ou como também particularmente prefiro chamar qualificador – àquele que estabelece a figura que define a unidade de tempo. A figura que representa um tempo.

Mas antes preciso identificar a subdivisão! Por que?

Está na subdivisão a prática da escrita que difere o compasso simples do compasso composto.

Eu entendo o compasso composto como uma abreviação de escrita do compasso ternário simples. Mas isso é conversa para outra ocasião.

Fiquemos hoje com o compasso simples, e na próxima postagem da série falaremos do compasso composto, e a seguir métodos para identificá-los auditivamente.

Compasso Simples

Subdivisão binária.

Pelo artifício da proporcionalidade se estabelecem relações entre as figuras, semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa:

A semibreve é a figura de maior valor, e no signo de compasso será representada no qualificador pelo número um. Pouco usual grafar algo em 2 por 1. Observe o compasso preenchido por unidade de tempo com som, o segundo com silêncio – pausa, o terceiro com unidade de compasso – uma figura que preenche todo compasso, e o quarto compasso com a primeira subdivisão.

No compasso dois por um apresentou-se a figura da breve, que está em desuso na grafia musical atual.

Observe:

A mínima é a figura de segundo maior valor, para formar uma semibreve é preciso duas mínimas, e no signo de compasso a mínima será representada no qualificador pelo número dois. Habitual pautar samba-canção e o xote, por exemplo, em 2 por 2.

Para ocupar um compasso 2 por 2 é preciso duas vezes a figura da mínima, ou uma composição de figuras que atinja a mesma proporção.

Observe:

A semínima é a figura de terceiro maior valor, para formar uma semibreve é preciso quatro semínimas, e no signo de compasso a semínima será representada no qualificador pelo número quatro. Habitual pautar diversos gêneros da música brasileira em 2 por 4, como o samba, o baião.

Para ocupar um compasso 2 por 4 é preciso duas vezes a figura da semínima, ou uma composição de figuras que atinja a mesma proporção.

Observe:

A colcheia é a figura de quarto maior valor, para formar uma semibreve é preciso oito colcheias, e no signo de compasso a colcheia será representada no qualificador pelo número oito. A música popular utiliza em menor proporção a escrita em 2 por 8, ocorre mais o 3 por 8, por exemplo.

Para ocupar um compasso 2 por 8 é preciso duas vezes a figura da colcheia, ou uma composição de figuras que atinja a mesma proporção. Combinando pausas e notas que representam a unidade de tempo no primeiro e segundo compasso, a unidade de compasso como a semínima, e a primeira subdivisão da colcheia representada pela semicolcheia em som e silêncio.

Observe:

Na próxima publicação apresentaremos as variáveis do compasso composto. A presença do ponto de aumento, e a forma de grafia. Para então na quarta públicação a tradição escrita que se estabeleceu em contraposição a percepção.

Vamos em frente! O conhecimento é um caminho sem volta!

Ilustração da violonista do Karmo, para a coleção “Universo dos Sons” de João Marcondes.

#VemProSouzaLima