30 out Passei dos vinte anos, é tarde para ser músico?
Passei dos vinte anos, é tarde para ser músico?
Esse pensamento é bastante retroativo, repleto de preconceitos e falácias sobre formação musical.
O primeiro ponto é estar ciente de que a ação do músico é complexa, existem muitas variações profissionais, e por vezes se confunde ser músico com ser um instrumentista virtuoso. Já garanto que esta é apenas uma face do que é ser músico.
E bom, mesmo para esta face se houver organização pode haver realização.
Deixo claro aos estudantes que oriento para carreira profissional a necessidade do músico ser capaz de diversificar. Saber produzir. Saber gravar. Saber lecionar. Saber compor. Saber arranjar.
É através da diversificação que conseguimos nos estabelecer em um mercado muitíssimo complexo, onde precisamos compreender que empreendemos para nosso nome, que é nossa marca.
A reforma da previdência aprovada nesse 2019 é até um empurrão, e posso imaginar que tenha motivado este leitor. Eu entendo que seguir o caminho que almejamos é o percurso para felicidade. Não há nada mais deprimente que ouvir a reclamação de um aposentado, queixando-se da infelicidade em pra lá de trinta anos de atuação profissional.
Eu decidi que não viveria assim, e você? (Agradeça ao governo se este foi o empurrãozinho).
E organize-se progressivamente para migrar de uma área para outra. Saltos inconsequentes, abandonos, normalmente tornam frustrantes o que deveria ser positivo.
O papo do leitor ainda traz os problemas que vivencia em sua área de atuação, já possui graduação, mas caminha para um quadro depressivo…
Se você tem 25 anos, mais quatro ou cinco pra se profissionalizar? Com trinta anos atuando de fato, ainda restam 35 anos no mínimo de atuação até chegar feliz aos 65 anos e se aposentar.
Eu como músico nem pretendo me aposentar…
Sabe bem? Vamos ser felizes!